O governo do Rio de Janeiro conseguiu, no início da madrugada desta
quinta-feira, cassar a liminar que suspendia o processo de licitação do
Maracanã. A informação é da assessoria de imprensa da Casa Civil-RJ, que
divulgou nota logo após a decisão judicial.
Segundo a nota, "a Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargadora
Leila Mariano, cassou a liminar que havia suspendido o processo de
licitação da PPP para a gestão do Complexo do Maracanã".
Na noite desta quarta, a juíza Roseli Nalin, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ/RJ), aceitara o pedido do Ministério Público (MP/RJ) e
suspendera o processo de licitação do Complexo do Maracanã. Após a
cassação da liminar, no entanto, a abertura do envelope com o nome da
empresa vencedora segue marcada para a manhã desta quinta, no Palácio da
Guanabara, sede do governo do Rio.
Na terça, o MP/RJ ingressara com uma ação civil pública em busca de uma liminar para suspender a licitação alegando que diversas obras previstas no edital - como a demolição do parque aquático Júlio Delamare e do estádio de atletismo Célio de Barros - não são necessárias para a realização da Copa do Mundo, assim como os Jogos Olímpicos de 2016.
Na terça, o MP/RJ ingressara com uma ação civil pública em busca de uma liminar para suspender a licitação alegando que diversas obras previstas no edital - como a demolição do parque aquático Júlio Delamare e do estádio de atletismo Célio de Barros - não são necessárias para a realização da Copa do Mundo, assim como os Jogos Olímpicos de 2016.
O MP/RJ também questiona a legalidade da participação da IMX Holding
SA, de propriedade do empresário Eike Batista, no processo de licitação,
uma vez que foi ela a responsável pelo estudo de viabilidade da
concessão. Segundo o órgão, todo o processo favorece a IMX, uma vez que a
empresa teve acesso a informações privilegiadas e exclusivas. A baixa
rentabilidade do negócio para o governo do Rio de Janeiro é outro ponto
abordado.
À tarde, o secretário estadual da Casa Civil, Regis Fichtner, convocou uma coletiva e garantiu que todo o processo correu dentro da legalidade.
Em um comunicado, a IMX se defendeu das acusações do MP/RJ: "A IMX
apresentou Proposta de Manifestação de Interesse e preparou Estudo de
Viabilidade do Complexo do Maracanã com observância de toda a legislação
aplicável e vê o acompanhamento do processo licitatório da concessão do
Maracanã por parte do Ministério Público como benéfico para assegurar a
transparência e a lisura do processo".
De acordo com o edital, a empresa vencedora da licitação vai controlar o
estádio, além do ginásio Maracanãzinho, pelos próximos 35 anos.Como os
clubes de futebol foram proibidos de participar diretamente do processo
de licitação, o consórcio terá de negociar com pelo menos dois deles.
Caso a empresa não cumpra as exigências, o governo do Rio de Janeiro
pode abrir nova licitação.
O edital estabelece que a empresa vencedora também terá como
compromisso a demolição do estádio de Atletismo Célio de Barros, do
parque aquático Julio Delamare e do Museu do Índio, localizados no
complexo do Maracanã. No local, o concessionário terá que construir
áreas de entretenimento, museus do futebol e olímpico e um amplo
estacionamento. Além disso, terá de erguer centros esportivos de
atletismo e natação nas proximidades do estádio.
Mesmo sem ter vencido a licitação, a IMX já conta com um profissional
contratado no Rio de Janeiro para administrar o estádio: o engenheiro
português Luis Silva, que trabalhou no Estádio do Dragão, do Porto.
Segundo os últimos dados divulgados pela Empresa Pública de Obras do
Rio de Janeiro (Emop), o Maracanã chegou a 95% de obra concluída
recentemente. Durante esta semana, os operários concluíram a instalação
da cobertura e as traves foram colocadas no gramado. Dos quatro telões,
apenas um ainda não está totalmente pronto.
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