Antes de acertar com o Flamengo, Jorginho passou por um período de
estudo e observação na Espanha. Viu de perto o trabalho de Real Madrid e
Barcelona, e o principal traço do clube catalão tem norteado os
primeiros dias de trabalho do treinador rubro-negro. O ex-lateral se
dedica a fazer com que seu time tenha muita posse de bola. Ao longo da
semana, Jorginho tem feito testes, experimentou esquemas e jogadores em
busca da equipe ideal, mas sem abandonar o conceito.
- O Jorginho está conseguindo implantar a filosofia dele, e estamos
tentando nos adaptar o mais rápido possível. Ele gosta muito que
tenhamos a posse de bola, tranquilidade para trabalhar de um lado para o
outro, controlar o jogo. Fizemos muitas atividades em campo reduzido
neste período para criarmos mais possibilidades. Às vezes, estamos muito
na vertical, atacando, atacando, e não temos posse de bola. Temos que
saber surpreender o adversário – analisou Cleber Santana.
Jorginho faz testes no Fla, mas prioriza a posse de bola (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)
Cleber foi testado com volante e como meia, seu lugar de origem. O
jogador exerceu as duas funções ao longo da carreira, diz que não está
acostumado com a primeira, mas que conhece a posição. Sem fazer
comparações, ele acredita que é possível seguir o estilo Barça.
- Particularmente, gosto muito desse estilo de jogo. O Jorginho já
trabalhou fora, esteve em alguns clubes para acompanhar a maneira de
jogar. É importante e bonito. Dá alegria ver o Barcelona jogar. Não há
jogadores que marcam muito, mas sempre têm a posse de bola. Quando
perder, tem três, quatro jogadores para tentar recuperar. Muitos tentam
fazer isso. O importante é o dia a dia, o treino, a prática. Acaba
fazendo naturalmente, você recua para o goleiro e os zagueiros já abrem
espaço para receber a bola. O time ganha confiança.
Renato
Abreu também foi testado por Jorginho como volante, mais recuado. Ao
lado de Elias, formou uma dupla sem vocação para marcar, mas acredita
ser possível dar certo.
- É possível jogar com três volantes, com três meias, desde que encaixe
o entrosamento. O Barcelona não tem nenhum volante fixo, eles rodam o
tempo todo, e dá resultado. É importante saber que quando não tem a bola
é preciso marcar. E com a bola atacar. Tem que se acertar em campo, ter
a consciência de se ajudar. Se isso acontecer, não precisa nem de
lateral, zagueiro, atacante de ofício.
Se no primeiro turno a característica da equipe de Dorival Júnior era a
velocidade nos contra-ataques, Renato diz que isso pode mudar com o
novo técnico.
- Talvez o Jorginho esteja colocando essa questão da posse de bola por
precisarmos um pouquinho. A velocidade às vezes é exagerada por termos
jogadores muito rápidos. Cadenciar um pouco é importante, até para a
zaga e o meio respirarem um pouco. A maioria dos jogos você consegue
vencer com maior posse, criar mais chance de gol. A proposta é boa e
usaremos a velocidade na hora certa. Essa mescla é boa.
Nesta sexta, o Flamengo faz o último treino antes da partida contra o
Boavista, neste sábado, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão.
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