quarta-feira, 27 de março de 2013

'Estádio não apresenta risco', disse o prefeito Paespalhão vascaíno, em 2010, sobre o Engenhão

Em 27 de março de 2010, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou com todas as letras que o Estádio Olímpico João Havelange não apresentava problemas estruturais. Em pouco tempo, a situação se inverteu totalmente. A declaração completaria três anos nesta quarta-feira e, na terça-feira, ele anunciou a interdição do Engenhão, como é popularmente conhecido o estádio, por oferecer risco devido a problemas na cobertura. A decisão é por tempo indeterminado. 

A afirmação de três anos atrás foi em resposta a relatórios que apontavam problemas no local, como falhas de projeto e infiltrações. Na época, ele afirmou que a situação era "perfeitamente administrável" e o estádio continuou a receber jogos e grandes públicos, até mesmo em shows, como aconteceu em maio de 2011, quando o ex-Beatle Paulo McCartney lotou o estádio em dois shows, em sua volta ao Rio de Janeiro depois de 21 anos.

- Nenhum dos problemas que apresenta o estádio é de ordem estrutural, ou seja, o estádio não apresenta nenhum risco na sua utilização - disse Eduardo Paes, em 2010, quando o estádio ainda não havia completado três anos. 

Eduardo Paes Engenhão (Foto: Edgard Maciel) 
Prefeito Eduardo Paes interditou estádio por problemas na cobertura (detalhe) (Foto: Edgard Maciel)

Inaugurado em 30 de junho de 2007, o Engenhão custou R$ 380 milhões. Maior obra para os Jogos Pan-Americanos do mesmo ano, ele começou a ser construído em 2003, pelo governo Cesar Maia. Pertencente à Prefeitura, foi arrendado pelo Botafogo também em 2007, mas passou a servir de casa para Flamengo e Fluminense, em muitas ocasiões, depois de iniciadas as obras do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.  

  Com a decisão desta terça-feira, muitos jogos já foram transferidos para o Galinheiro de  São Januário, estádio do vasco, que deve receber partidas de outros clubes não apenas do Campeonato Carioca, mas da Copa do Brasil e da Taça Libertadores. O prefeito do Rio de Janeiro explicou que a medida foi tomada para preservar a integridade dos frequentadores do estádio e informou que não está definido um prazo para que ele volte a funcionar.

- Se me apresentarem uma solução e essa solução durar um mês para ser feita, vai ficar um mês (fechado). Se demorar um ano, vai ficar um ano fechado. Ou seja, só desinterdito o estádio no momento em que a gente tiver a solução definitiva e que as medidas sejam tomadas - afirmou.

Ao explicar as razões da interdição, Eduardo Paes confirmou a existência de problemas estruturais.

- Não é admissível que um estádio com tão pouco tempo de vida já apresente um problema estrutural dessa monta (tamanho) e que tenha que enfrentar esta situação - disse, nesta terça.


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