Nascido e criado na Freguesia, zona oeste do Rio, o lateral-direito
titular dos juniores do Flamengo, Rodrigo Longo Freitas, ou Digão, de 19
anos, vive um momento único na sua carreira. Na Taça Guanabara Sub-20,
marcou sete gols em oito jogos, sendo o vice-artilheiro da competição,
atrás apenas de Douglas Baggio, que marcou oito gols. Digão poderia até
ter conseguido chegar à média de um gol por jogo, não fosse o pênalti
perdido no início da semifinal contra o Botafogo, disputada no último
domingo, em Moça Bonita. O Flamengo ficou no empate em um a um e acabou
eliminado, mesmo com dois pênaltis marcados a seu favor - o outro foi
perdido nos minutos finais por Igor Sartori, que já treina entre os
profissionais.
Digão, é claro, lamentou o dia inspirado do goleiro alvinegro Andrey,
que defendeu as duas cobranças, mas o momento é de felicidade. Em boa
fase, sonha ficar com a vaga de Leonardo Moura, que se aproxima de uma
aposentadoria - ele tem contrato até o fim do ano com o Flamengo e mudou
o discurso, que antes abria possibilidade para passar a atuar como
meia, desejando permanecer na lateral.
Digão espera que boa fase resulte em chance entre os profissionais do Flamengo (Foto: Vicente Seda)
.
Mesmo cauteloso nas declarações, deixando claro que só pensa na
possibilidade de ser titular dos profissionais quando o camisa 2 atual
definir o rumo do restante da sua carreira, Digão não consegue esconder a
empolgação com o recente sucesso. E também com o fato de não haver,
hoje, um substituto para Moura, lacuna deixada com a saída de Galhardo
para o Santos. Quem vem ocupando essa posição de reserva improvisado é o
volante Luiz Antônio, outra cria da base rubro-negra.
- Foram sete gols em oito jogos, nunca tinha feito sete gols em nenhum
campeonato. Fico muito feliz, espero ter a chance de repetir isso na
Taça Rio. Acho que tenho condições, assim que o Léo Moura passar para o
meio ou aposentar, espero ter uma oportunidade. Consigo compor bem
aquela lateral e tomar que o Dorival (Júnior, técnico da equipe
profissional) me dê uma chance - disse Digão.
Questionado sobre o que mudou em sua forma de atuar para passar a
marcar tantos gols, Digão credita a boa fase ao técnico dos juniores,
Cléber dos Santos. O rapaz que chegou ao Flamengo há quase 13 anos, no
futebol de salão, quer a oportunidade de mostrar que já tem condições de
atuar como gente grande. Com Vanderlei Luxemburgo, em 2012, chegou a
treinar na equipe principal e até entrou em uma partida, na vitória por 4
a 0 sobre o Bonsucesso, pela Taça Guanabara. Foi reserva e entrou
durante o jogo no lugar de João Felipe.
- Acho que o principal para ter conseguido marcar esses gols é a
liberdade que o Cléber, que me conhece desde o juvenil, me dá. Ele me
deixa livre e passa bastante confiança para atacar, acho que isso conta
muito. Cheguei a treinar com os profissionais, até joguei com o
Luxemburgo, mas com o Dorival ainda não tive oportunidade. Espero que
ele tenha observado essa Taça Guanabara de juniores e me dê uma chance.
O único contato com Dorival até o momento, contudo, foi em instruções
durante os coletivos da base que o treinador vez por outra observa.
- Não cheguei a conversar com ele ainda não, ele fala com a gente da
parte tática lá nos coletivos. Mas em particular nunca conversei, não.
Tenho de trabalhar para conseguir uma oportunidade - concluiu o lateral.
Na semifinal da Taça GB, Digão teve pênalti defendido por Andrey, do Botafogo (Foto: Vicente Seda)
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