Foram cinco dias de silêncio. Tempo suficiente até mesmo para já ter
seu nome envolvido em especulações envolvendo um acerto com o vasco.
Mas, nesta quinta-feira, Dorival Júnior abriu a boca para falar ainda de
Flamengo. Demitido no último sábado sob a alegação de não ter aceitado
adequar o salário à nova realidade financeira do clube, o treinador
atendeu a imprensa no prédio onde mora, na Barra da Tijuca, se mostrou
compreensivo diante dos argumentos da diretoria, mas deixou claro que a
decisão foi unilateral.
Dorival revelou ainda o início de conversas para renovação do contrato
que ainda iria até dezembro de 2013. Surpreso com a opção pela demissão,
ele disse que tentado se adequar o máximo possível aos anseios do novo
comando rubro-negro.
- Há um mês começamos a falar sobre renovação de contrato, conversei
com o Wallim. Fui pego de surpresa. Fui até onde pude, tentei alcançar
solução com a diretoria. Era um trabalho prazeroso pra mim, mas não
chegamos a um consenso, respeito a opção. Vou buscar o segmento da minha
carreira. Eu sempre acreditei na lealdade, na honestidade das pessoas.
Entendo o discurso da diretoria do Flamengo, iniciaram um trabalho no
clube, respeitado, mas nós tínhamos um projeto. Abri toda situação
possível, gostaria de ter permanecido. Sempre acreditei e confiei no
trabalho.
O treinador acredita que nem mesmo a conquista da Taça Guanabara seria
capaz de mudar o panorama. Satisfeito com o desempenho da equipe em
campo, Dorival reafirmou que sua saída de se por conta da nova diretriz
financeira do Fla.
- Mesmo em razão da conquista, acredito que não haveria outra posição. A
diretoria está seguindo uma linha. Se tivesse continuado, fatalmente
daria certo em algum momento. Antes do início do campeonato todos vocês
tinham desconfiança em relação ao time, depois todos levaram o time à
condição de favorito.
Exposto na última semana de trabalho no clube, quando até mesmo o
diretor de futebol, Paulo Pelaipe, disse que ele era “muito bem pago”
para tomar decisões sobre a equipe, Dorival não acredita que sua
demissão tenha sido arquitetada previamente pela diretoria. Para o
ex-treinador, apenas o revés contra o Resende fugiu da normalidade nos
últimos três meses.
- Não acredito que tenha sido esse motivo. Segundo o Wallim me
confidenciou, sempre fui um técnico que eles gostariam. Acredito nas
palavras. Foram muito corretos comigo sempre.
Tecnicamente o trabalho
vinha sendo desenvolvido. Anormal tivemos os resultados contra o
Resende. No todo, acredito que a campanha tenha sido muito boa.
Dorival foi questionado ainda sobre sua relação com o próprio Pelaipe e definiu:
- O relacionamento foi respeitoso. Todas as coisas que aconteciam ele
me passava, como o dia a dia no campo, para que mantivéssemos tudo sob
controle.
Antes de se despedir, o ex-treinador do Fla exaltou ainda o trabalho realizado com jovens lançados sob seu comando, como Nixon, Rafinha, Rodolfo e Igor Sartori, além da aposta em Hernane, artilheiro do Carioca até o momento.
Antes de se despedir, o ex-treinador do Fla exaltou ainda o trabalho realizado com jovens lançados sob seu comando, como Nixon, Rafinha, Rodolfo e Igor Sartori, além da aposta em Hernane, artilheiro do Carioca até o momento.
Passagem de altos e baixos
Dorival chegou ao Flamengo em meio ao Brasileirão de 2012, em
substituição a Joel Santana, que havia sido demitido. No total, ele
comandou o time em 37 jogos, com 15 vitórias, 12 empates e 10 derrotas
(aproveitamento de 51,3%).
Em 2013, o ex-comandante rubro-negro conseguiu campanha quase
irretocável na primeira fase da Taça Guanabara (sete vitórias e um
empate), mas acabou eliminado na semifinal, diante do Botafogo (2 a 0). A
estreia na Taça Rio não foi animadora: derrota de virada para o Resende
(3 a 2), no Engenhão.
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