quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Saúde financeira da CBF não se repete na maioria das federações estaduais



Quem olha a conta bancária da CBF, que tem faturamento anual de R$ 313 milhões, pensa que o futebol brasileiro vai de vento em popa financeiramente. Mas a boa saúde da entidade não se estende às federações estaduais, que, em sua maioria, acumulam dívidas.

A Pluri Consultoria juntou os dados de 21 filiadas e constatou que a dívida líquida das federações (colocando na conta apenas as que são credoras) chega a R$ 46,2 milhões. Os dados são do balanço de 2011, o mais recente divulgado pela CBF.

A Federação Paranaense é responsável pela maior fatia negativa da equação, devendo R$ 59,2 milhões, boa parte por conta do não pagamento de INSS e outros tributos.

Apesar do volume acumulado de dívidas, as federações, juntas, conseguiram um superávit de R$ 6,8 milhões em 2011. O saldo foi impulsionado pelas entidades de São Paulo e Rio, donas das maiores receitas (veja abaixo). Mas a administração dos recursos é diferente entre elas. Enquanto os paulistas são credores de R$ 14 milhões, os cariocas devem R$ 8,8 milhões e também aparecem no topo da lista de “pendurados”.

Na contramão da fatura no eixo a Rio- São Paulo está a maior parte das federações do país. O cenário é pior no Maranhão e no Piauí. Amazonas, sede da Copa do Mundo-2014, também não está em situação de abundância.

É bom lembrar que as federações recebem da CBF um repasse mensal. Em 2011, era R$ 30 mil/mês. Hoje, o valor mensal é R$ 50 mil.

Com a palavra

Hélio Cury - Presidente da Federação Paranaense, a maior devedora
"Renegociando, já pagamos R$ 13 mi"

A gestão anterior ficou o tempo todo sem pagar INSS e impostos. Aí criou esse problema. Tanto que o nosso patrimônio, o estádio Pinheirão, foi leiloado. O dinheiro conseguido foi R$ 57 milhões e está depositado em juízo. De 2008 para cá, já conseguimos pagar R$ 13 milhões de dívidas. Estamos renegociando com nossos credores, mas o problema só vai acabar quando as pessoas forem responsabilizadas. O ex-presidente não pagou e a conta ficou com a Federação.

Balanço das entidades (A CBF não publicou o balanço das Federações de AP, DF, MT, MG, RN e RR)

Maiores receitas
1- São Paulo (R$ 25,7 milhões)
2 - Rio de Janeiro (R$ 11,9 milhões)
3 - Rio Grande do Sul (R$ 8,4 milhões)
4 - Paraná (R$ 4,6 milhões)
5 - Goiás R$ 3,4 milhões

Menores receitas
1 - Maranhão (R$ 261 mil)
2 - Piauí (R$ 272 mil)
3 - Tocantins (R$ 633 mil)
4 - Amazonas (R$ 682 mil)
5 - Rondônia (R$ 768 mil)

Mais endividadas
1 - Paraná (R$ 59,2 milhões)
2 - Rio de Janeiro (R$ 8,8 milhões)
3 - Alagoas (R$ 3,8 milhões)
4 - Santa Catarina (R$ 3,3 milhões)
5 - Ceará (R$ 1,4 milhões)

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