A briga entre o Flamengo e os empresários de Wellington Silva, que se
apresentou nesta sexta-feira ao Fluminense, está longe do fim. O clube
rubro-negro não venderá sua parte dos direitos do jogador e manterá ação
que corre em sigilo na Justiça. O Tricolor fez uma oferta por 50% dos
direitos do lateral, enquanto o Flamengo tinha prioridade de compra
apenas sobre 34%, em valor acordado na ocasião da chegada dele à Gávea,
depois do Estadual de 2012. Sem uma renovação automática com valores
pré-estabelecidos, Wellington foi liberado pela Justiça para assinar com
os tricolores. O advogado e gestor do futebol do Resende, Alberto
Macedo, alega que a razão decisiva para a transferência foi a falta de
oficialização de uma proposta ao atleta por parte do Rubro-Negro.
O caso teve interferência direta do empresário Léo Rabello, ex-aliado de
Patricia Amorim, mas que rachou com a antiga mandatária na
transferência de Thiago Neves para as Laranjeiras, em janeiro de 2012.
Ele é o procurador de Wellington Silva. O outro protagonista do caso foi
Alberto Macedo, dono da "Gol de Placa", empresa gestora do futebol do
Resende. Segundo Macedo, a companhia recebe um percentual pela venda,
mas não possui direitos sobre o jogador.
A discussão gira em torno dos direitos econômicos. Após o empréstimo
por um ano, o Flamengo, que já detinha 16% do jogador, teria opção de
compra de outros 34%, com os 50% restantes pertencendo à empresa de
Macedo, gestora do Resende. O clube da Gávea acredita ter exercido essa
prioridade no prazo, com uma notificação formal, sendo que o pagamento
ainda não foi realizado porque o prazo para a quitação do valor vai até
meados de 2013. O diretor executivo de futebol do Fluminense, Rodrigo
Caetano, confirmou que o clube comprou 50% dos direitos sobre o jogador e
que o Flamengo ainda pode efetuar o pagamento pelos outros 34%.
- Hoje a divisão é essa (50% do Fluminense, 34% do Resende e 16% do
Flamengo), mas o Flamengo pode vir a ter 50% se pagar a opção de compra
estipulada no contrato anterior. Mas isso não muda a situação dele
atual, porque os direitos federativos são do Fluminense. Como ele
assinou contrato de trabalho com o Fluminense, os direitos são do
Fluminense - explicou o dirigente, descartando a possibilidade de ver
cancelada na Justiça a transferência do atleta.
Paulo Pelaipe, diretor executivo de futebol do Flamengo, afirmou que o
clube não desistirá dos direitos sobre o Wellington Silva, mesmo atuando
no rival. Ele garante que não houve perda de prazo e afirma que o
Rubro-Negro terá 50% do jogador quando terminar de pagar pelos 34% sobre
os quais tinha prioridade em contrato.
- O Flamengo tem 16% adquiridos e agora vai executar os 34% a que tem
direito no contrato. O assunto está no departamento jurídico. Eu só
posso dizer o que me foi repassado, pois não fiz nenhum acompanhamento e
nem conheço o atleta. O Flamengo vai exercer a compra dos outros 34% do
atleta, que serão em cinco parcelas de R$ 200 mil, e o Flamengo já
exerceu sua opção. Aí sim, quando terminar de pagar essas parcelas, vai
ter 50% do atleta. O Flamengo não perdeu o prazo. A informação é do
departamento jurídico.
Como não havia, contudo, renovação automática prevista em contrato,
apenas a compra de direitos, Wellington Silva acabou cedendo à pressão
de seus representantes, do clube que o revelou e da segurança que
poderia dar a sua família, como admitiu Macedo ao afirmar que a
transição política na Gávea, bem como o atraso de salários, tiveram peso
na decisão. No dia 28 de dezembro, o advogado Paulo Reis, ex-vice
jurídico do da coisa maldita ''vasco'', que representa o jogador, cassou a liminar conseguida
pelo Rubro-Negro na Justiça do Trabalho, na semana anterior. Dessa
forma, o lateral ficou livre para acertar com o Tricolor.
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