quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

De cenário confuso pode surgir consenso para Deliberativo do Flamengo


Leonardo Ribeiro Flamengo (Foto: Felippe Costa/Globoesporte.com)
A data limite para inscrição das chapas para a eleição no Conselho Deliberativo, marcada para o dia 13, é a próxima terça-feira. E o possível candidato mais temido pelo grupo que venceu a eleição presidencial no Flamengo é o atual presidente do órgão, o desembargador Sylvio Capanema. Ele, contudo, ainda não decidiu se tentará a reeleição. Pode haver uma chapa de consenso, mas o momento é confuso.

Na noite de quarta-feira, em reunião do grupo Vitória - que reúne nomes de peso na política do clube - na casa de Hélio Ferraz, em Ipanema, indicou que Michel Assef e Alexandre Wrobel poderiam compor uma chapa com apoio dos três grupos que concorreram à presidência. Porém, as informações são desencontradas, já que a Chapa Azul sinaliza que apoiará Delair Dumbrosk, que participou ativamente da campanha vitoriosa. O nome de Gilberto Cardoso Filho também foi sugerido pelos integrantes do Vitória para receber apoio da nova gestão no pleito. Vice geral de Bandeira de Mello, Walter D'Agostino afirmou que "nada está definido".

Ferraz explicou que, na reunião, ficou decidido apoio à reeleição de Maurício Gomes de Mattos no Conselho de Administração. Adalberto Ribeiro, ex-vice jurídico de Marcio Braga, estava presente. Também está cotado para o cargo de Gomes de Mattos, mas com o apoio de seu grupo ao atual presidente do órgão, pode acabar novamente como vice jurídico da nova gestão. Até o novo presidente Eduardo Bandeira de Mello esteve na casa de Hélio Ferraz, mas segundo o anfitrião, ele deixou o local antes que o debate sobre quem receberia o grupo no Deliberativo viesse à baila.

- O Eduardo esteve lá, mas saiu antes. O grupo Vitória decidiu apoiar o candidato que o grupo do Marcio Braga indicar, e tudo aponta para o Michel Assef. Mas não sei afirmar se está decidido de fato - explicou.

Michel Assef confirmou as conversas para que seja lançado como candidato de consenso e diz que está disposto a ocupar o cargo.

- Está havendo uma articulação nesse sentido. Sou um soldado do Flamengo,. Estou sempre à disposição para qualquer coisa. Se me chamar para varrer a casa, eu vou. Sou dirigente há mais de 40 anos, já fui presidente do Conselho de Administração duas vezes, já fui vice geral, vice jurídico, vice de relações externas, já fui tudo. Para o que precisarem, estou aí - afirmou.

O desembargador Walter D'Agostino, vice geral de Bandeira de Mello, afirmou ter sido o porta-voz do grupo Vitória e ressaltou que nada está decidido. Segundo ele, foram oferecidos dois nomes para receber apoio da nova administração: Michel Assef e Gilberto Cardoso Filho.

- Não tem nada definido, eu fui o porta-voz e levei esses dois nomes, decididos na reunião. Mas está tudo indefinido ainda - disse o desembargador, que foi presidente do Deliberativo na gestão de Marcio Braga.

Patrícia Amorim e Marcos Braz no Flamengo (Foto: Globoesporte.com)Patrícia Amorim e Marcos Braz no Flamengo
 
Além de Ferraz, Braga, Bandeira de Mello e Adalberto, outros nomes de peso da política rubro-negra participaram da conversa. O ex-presidente Kléber Leite não pode comparecer, mas participou em conferência por telefone. Também estiveram por lá o ex-chefe de gabinete de Braga, Octamyr Andrade, o vice geral de Bandeira de Mello, Walter D'Agostino, e Gilberto Cardoso Filho.

Sylvio Capanema não confirmou nem desmentiu que será candidato. Pediu até segunda-feira para anunciar sua posição. Em rápida conversa por telefone, ele evitou se alongar no tema, limitando-se a dizer que ainda não sabe se concorrerá pois há conversas no sentido de lançar um candidato de consenso.

- Na segunda-feira poderei dizer algo mais concreto, pode haver algo de consenso, ainda não sei dizer - desculpou-se.

Walter D'Agostino, candidato a vice-presidente geral  chapa azul do Flamengo (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)Walter D'Agostino, novo vice geral do Flamengo
 
Wrobel, por sua vez, afirmou que soube da possibilidade recentemente e pediu tempo para falar a respeito. Outro possível candidato ao Deliberativo, o atual presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, garantiu que, caso se confirme a chapa de consenso com Assef e Wrobel, retirará imediatamente a sua candidatura - ele não poderá se reeleger no Conselho Fiscal, que terá eleição somente em março. Lysias Itapícurú e Marcos Braz já confirmaram que concorrerão. O segundo afirmou que não estará lá para "obstruir o mandato, apenas para cumprir à risca o estatuto e dar sustentação ao projeto do novo presidente do clube". Leonardo Ribeiro, por sua vez, explicou o cenário:

- Eu seria candidato, mas comuniquei que se aparecesse uma chapa única, retiraria a minha e o Conselho Fiscal apoiaria. Sugerimos o Wrobel, o grupo vencedor da eleição presidencial indicaria o Michel, e com isso ele conseguiria unanimidade dos ex-presidentes, teria 22 dos 28 grande beneméritos, e o apoio de todos os conselhos, porque o Capanema também passaria a apoiar. A informação que tenho é de que o Bandeira saiu da casa do Hélio apoiando o Michel Assef.

Enquanto o desenho da eleição no Conselho Deliberativo, marcada para o próximo dia 15, não toma uma forma definitiva, o confuso esboço traçado para o pleito tem de ser finalizado nos próximos dias. Apesar da proximidade de Patrícia Amorim com os filhos de Assef - Michel Assef filho era o candidato à presidência da Assembléia Geral na sua chapa, e o também advogado Marco Aurélio Assef vem defendendo o clube em várias frentes -, Michel Assef, o pai, teria votado na Chapa Azul. A eleição movimenta o clube já que ter a presidência do órgão é de fundamental importância para a governabilidade do grupo que deverá assumir no dia 2 de janeiro.



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