O LANCE!Net encerra nesta quarta-feira a série especial com os candidatos à presidência do Flamengo. A sequência foi determinada por ordem alfabética e as perguntas foram em comum para todos eles. O primeiro candidato foi Eduardo Bandeira de Mello, da Chapa Azul. O segundo foi Jorge Rodrigues, da Chapa Rosa. Hoje, a entrevista é com Patricia Amorim, da Chapa Amarelo Ouro.
Patricia Amorim
Idade: 43
Carreira: Ex-nadadora, ex-vice de esportes olímpicos e vereadora do Rio até o fim do ano
No Flamengo: Atual presidente
A foto com o presidente dos EUA, Barack Obama, foi emoldurada e virou quadro na parede da sala presidencial. Mas do que um momento especial nesses três anos à frente do clube, ela serve como exemplo de que uma reeleição é possível para Patricia Amorim. Anos de muitas críticas à gestão dela e poucos títulos a comemorar. Candidata da Chapa Amarelo-Ouro, a mandatária é a única candidata entrevistada pelo LANCE!Net nesta série que não precisa de apresentações. Ela admite que teve erros e quer usar este próximo triênio para corrigi-los. Uma derrota seria a segunda dela nas urnas, já que não foi reeleita para o cargo de vereadora do Rio de Janeiro.
Qual o recado você tem a dar para a torcida?
Ser presidente do Flamengo é administrar um clube de 40 milhões de torcedores. Precisa ter um compromisso de respeito com essas pessoas. Isso em nenhum momento eu deixei de ter. Fui totalmente dedicada ao clube e paguei um preço altíssimo por isso. Minha avaliação ficou misturada com a do time. Hoje, o Flamengo é um clube com responsabilidade social, que se preocupa com o jovem formado aqui. Se hoje alimentamos a nossa base e pagamos nutricionistas, é porque estamos investindo no futuro. Se as pessoas não conseguem ver isso ou são imediatistas, eu sei que com o tempo irão perceber. Espero no futuro ver o Flamengo novamente entre os melhores do mundo. O caminho é esse. Eu respiro e vivo isso aqui até morrer, sendo presidente ou não. Sem o Flamengo, a minha vida não teria a menor graça. Não me dou nota 10. Dou 8, mas sei que aqui se precisa ter nota 10, até 11, se existir.
Qual o carro-chefe de sua campanha?
O futebol, nem preciso falar. Sempre será. Vou dar essa resposta. Mas temos de olhar para outros setores também. Criar uma estrutura de marketing diferente da que nós temos. A função principal do clube tem sido montar equipes esportivas, com possibilidades de disputar os campeonatos para ganhar. Cada vez mais vamos ter de indicar essas pessoas capacitadas no mercado, senão ficaremos atrasados. Passa por tudo: comunicação, marketing, departamento comercial... Pode ser até uma empresa terceirizada, para aprendermos. Nós nunca fomos bons em marketing.
E qual o planejamento para o futebol?
É criar uma estrutura mais consolidada, fazer perceber que se pode ser mais profissional e montar um elenco mais preparado para competições simultâneas. É o grande desafio, pois contamos com jogadores em idade mais avançada, que têm um maior número de lesões e demoram mais a se recuperar. Nós achávamos que os meninos estavam prontos e não estão. Precisamos de renovação, formar um grupo que possa unir essas duas gerações.
Há planos para o Maracanã?
Estamos trabalhando isso em segredo, para não politizar. Temos uma estratégia, que não quero divulgar porque existem outras chapas. Comigo na presidência, o Flamengo não aceita ser coadjuvante. Tem de ser sócio em tudo que envolve receita. O plano efetivo de sócio-torcedor, nós só faremos quando soubermos em qual estádio o Flamengo vai jogar. Espero que seja no Maracanã. Quando tiver isso resolvido, será mais fácil desenvolvermos esse programa. O sócio-torcedor tem muito a ver com o ingresso. Ele quer ter o acesso garantido.
Como resolver o problema das dívidas do Flamengo?
O primeiro passo, nós já demos. Buscamos não aumentar o passivo trabalhista. Todos os treinadores (Rogério, Silas, Joel e Vanderlei) fizeram um acordo. Faltam ainda esses dois últimos receberem uma parte, mas estamos pagando parcelado, porque são valores maiores. Como a nossa receita aumentou muito, nosso desconto também cresceu. São 15% descontados imediatamente em dívidas trabalhistas. Nas rescisões mais altas, nós procuramos fazer um acordo. No caso do Andrade, ele não quis. Está na fila, como outros funcionários que entraram na Justiça contra o Flamengo. Essa é a verdade.
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