O processo contra o candidato a presidente do Flamengo, Wallim
Vasconcellos, cinco ex-presidentes do BNDES e mais 13 ex-diretores do
banco acusa a todos de responsabilidade na aprovação de um empréstimo
que gerou prejuízo bilionário para o banco. Na época, Wallim também era
diretor do banco.
No seu primeiro mandato (1994-98), o presidente Fernando Henrique
Cardoso criou o Plano Nacional de Desestatização, que negociou para a
empresa privada grande parte das estatais brasileiras, especialmente nos
setores bancário, de telefonia, energia, mineração e siderurgia.
Nesse processo, em 1998, a empresa norte-americana AES ganhou a
concorrência para comprar a Eletropaulo, empresa elétrica da Grande São
Paulo. Para pagar, pegou empréstimo de US$ 1,4 bilhão junto ao BNDES com
juros de 8% ao ano, abaixo da taxa Selic da época. Depois de muito
pouco tempo, a AES parou de pagar. Em 2003, já no governo Lula, houve
uma renegociação em que a empresa entregou ações sem direito a voto da e
refinanciou US$ 800 milhões em mais 11 anos, com três de carência.
Em 2004, a partir de uma denúncia do próprio presidente do BNDES na
época, Carlos Lessa. O Ministério Público julgou que essas 18 pessoas
envolvidas na operação lesaram os cofres públicos. Entre as decisões
tomadas pelo banco estavam a aceitação das chamadas “moedas podres” pelo
valor de face. Esses títulos, pelo alto risco de nunca serem honrados,
eram negociados no mercado da época por valores que raramente passavam
de 20% do valor de face.
Dos 18 réus, oito foram condenados em primeira instância e dez,
inclusive Wallim, foram absolvidos. A absolvição significa, de forma
provisória, que essas pessoas não tiveram responsabilidade no prejuízo
causado ao banco. O caso está na segunda instância, para todos os réus.
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