Os números se mostram cruéis com o Palmeiras no Campeonato Brasileiro.
Segundo o matemático Tristão Garcia, conhecido pelas projeções em
competições esportivas, o Verdão tem um caminho complicado na briga
contra o segundo rebaixamento de sua história. Principalmente por
acumular mais jogos fora de casa do que dentro nesta reta final de
torneio.
O Verdão acumula 20 pontos em 25 rodadas disputadas. Ou seja, até aqui,
a equipe ganha uma média de 0,8 ponto por jogo. Considerando-se que a
“pontuação ideal” para escalar da degola seja de 46 pontos, o Palmeiras
precisaria fazer 26 nas 13 rodadas restantes, necessitando, portanto,
aumentar sua média para dois por jogo. Hoje, apenas o líder Fluminense e
o vice Atlético-MG apresentam tal desempenho.
– Para não depender dos outros, o Palmeiras teria de fazer 26 pontos em
13 jogos, uma média de dois pontos por partida. Isso é média de
campeão. Mesmo que não precise desta quantidade que estamos projetando, o
time precisaria ter rendimento de quem disputa vaga para a
Libertadores. É difícil pensar que, de uma hora para outra, a equipe
melhore tanto – analisou Tristão.
Clube |
Chances de rebaixamento |
---|---|
Atlético-GO | 92% |
Palmeiras | 92% |
Figueirense | 82% |
Sport | 73% |
Coritiba | 17% |
Flamengo | 15% |
Bahia | 7% |
Náutico | 4% |
Ponte Preta | 3% |
Santos | 1% |
Cruzeiro | 1% |
Os quatro clubes que ocupam a zona de rebaixamento (Sport,
Figueirense, Palmeiras e Atlético-GO) têm probabilidades bem superiores
em comparação aos “vizinhos” da degola, Flamengo e Coritiba. A
explicação, para o matemático, é simples: com um jogo a menos na tabela e
mais partidas em casa do que fora a serem disputadas, as chances de o
time carioca de se manter na primeira divisão se tornam maiores.
– O Flamengo tem oito jogos em casa e seis fora. Isso faz muita
diferença. O rebaixamento está encaminhado para que sejam mesmo os
quatro que atualmente estão na zona. A tendência é que o time sempre
pontue como mandante, seja vencendo ou empatando. No fim, cada ponto
ajuda para separar quem se salva de quem cai – explicou Tristão.
A partida que deixou apenas Flamengo e Atlético-MG com um jogo a menos
em relação a todos os outros times do Brasileirão é válida pela 14ª
rodada. Devido às más condições do gramado do estádio do Engenhão, o
confronto foi remarcado para o dia 26 de setembro, quarta-feira, às 21h,
no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
Do lado palmeirense, o exemplo do Fluminense, em 2009, é o maior
incentivo. No Brasileirão daquele ano, o Tricolor iniciou sua reação na
32ª rodada: com seis vitórias consecutivas, assegurou a permanência na
elite nacional após empate com o Coritiba fora de casa. À época, o risco
de a equipe ser rebaixada era avaliado em 92%.
Outro time que "driblou" a matemática do rebaixamento foi o Grêmio de
2003. Após permanecer na lanterna do campeonato até quatro rodadas para o
fim, o Tricolor Gaúcho engatou série de invencibilidade e se manteve na
primeira divisão após vencer o Corinthians por 3 a 0 no estádio
Olímpico.
Tristão Garcia, porém, insiste: os fatos em questão são exceções à
regra. O matemático diz não duvidar da capacidade do Palmeiras enquanto
grande instituição do futebol brasileiro, mas alerta: se tudo ocorrer de
acordo com o esperado, o Verdão jogará simultaneamente a Libertadores
da América e a segunda divisão no ano que vem.
– O Palmeiras pode fazer isso, se salvar? É claro que pode. O clube é
gigante, tem tradição e não se pode duvidar. O Fluminense conseguiu em
2009, o Grêmio já havia conseguido em 2003... Mas não podemos tomar isso
como regra. É complicado. O rebaixamento, hoje, é a realidade –
esclareceu.
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