O Flamengo deu preferência à proposta oferecida pela Adidas para que
seja a próxima patrocinadora e fornecedora de material esportivo do
clube. Mas a negociação, que ganhou ares de novela, ainda guarda alguns
capítulos. A decisão, que deve ser comunicada oficialmente aos altos
poderes do clube nesta segunda-feira, terá que ser encaminhada e
aprovada pelo Conselho Deliberativo. Como se trata de um ano eleitoral,
votações desse porte não são processos simples. Além disso, o contrato
com a Olympikus termina no fim de 2014. A empresa teme prejuízos, pois
seriam dois anos em que torcedores e consumidores já estariam cientes de
que os uniformes teriam uma nova marca. Por isso, a Olympikus espera o
pagamento da multa rescisória de R$ 35 milhões para encerrar o vínculo
imediatamente.
A presidente Patricia Amorim delegou a importante negociação ao seu
vice geral, Hélio Paulo Ferraz, que manteve conversa com representantes
das duas empresas. Mas, desde o primeiro momento, a Adidas era a
favorita. Colocada em banho-maria, a Olympikus cobrou uma decisão no
clube por duas vezes na última semana. Na quinta-feira, Helinho teve uma
reunião com Tullio Formicola, diretor da Olympikus, em São Paulo.
A Adidas ofereceu um contrato de R$ 350 milhões por dez anos. Pela
oferta inicial, a parceria começaria a vigorar em 2015. A entrada da
empresa no clube, no entanto, pode ser antecipada, já que ela aceita
adiantar R$ 25 milhões seis meses antes de o vínculo entrar em vigor. O
prazo da resposta do Flamengo já expirou e chegou ao limite. A contar da
data da realização da proposta, em 2 de maio, o clube tinha 100 dias
para dizer sim ou não.
Os valores da Adidas são divididos entre cota de R$ 27 milhões, mais R$
8 milhões de material esportivo. A Olympikus paga R$ 18 milhões, mais
R$ 4 milhões em roupas e uniformes. Mas, em 2014, devido à correção
anual do contrato, a diferença entre as duas propostas ficará em torno
de R$ 8 milhões.
A escolha pela Adidas promete movimentar os bastidores do clube.
Conselheiros influentes e até mesmo pessoas com vínculo com Patricia
Amorim temem pela mudança. Os defensores da Adidas levantam a bandeira
de que a marca Flamengo será internacionalizada; já os da Olympikus
destacam a boa relação, os serviços prestados pela empresa, e dizem que o
contrato oferecido pela empresa alemã “não é tão bonito quanto parece”.
A Olympikus pagou um valor que já ultrapassa R$ 10 milhões para a
construção do museu, na sede social, o que poderia ser novo impasse.
Além disso, a empresa mantém a loja Fla Concept na Gávea, paga uma
pequena parte do salário do atacante Vagner Love e era responsável por
ajudar o clube a arcar com o salário de Deivid, que se transferiu para o
Coritiba no início da semana passada. Ao longo da parceria, a empresa
tem se mostrado impecável no atendimento dos pedidos não só do futebol,
mas também dos esportes olímpicos, como basquete e natação.
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