Victor Cáceres esperou por um mês para defender o Flamengo. Uma
arrastada briga judicial com o Libertad, seu ex-clube, e a Associação
Paraguaia de Futebol (APF) atrasou a estreia do volante, que treinava no
Ninho do Urubu desde 6 de julho. Na noite desta quarta-feira, na
vitória por 2 a 0 sobre o Figueirense, em Florianópolis, pela 15ª rodada
do Brasileirão, o paraguaio teve de realizar duas funções. Começou como
volante, terminou como zagueiro. Foi bem nas duas, demonstrou segurança
e muita vontade.
Talvez pela ansiedade da primeira vez, Cáceres mostrou-se um pouco
afoito nos minutos iniciais. Tentou avançar demais ao ataque em alguns
momentos e deixou espaços na defesa. Com as orientações de Dorival Júnior
e dos companheiros, logo achou seu lugar no meio-campo rubro-negro. O
jogador marcou firme e não comprometeu na saída de bola. Dos 36 passes
dele na partida, só errou três. Quando teve chance de finalizar,
arriscou um chute de dentro da área, mas errou o alvo.
No fim da primeira etapa, Dorival mudou a função do paraguaio. Thiago
Medeiros recebeu uma joelhada na altura do quadril e saiu de campo
sentindo fortes dores e sem conseguir caminhar. Apesar de ter o zagueiro
Marllon no banco, o treinador recuou Cáceres e lançou Muralha no meio.
Victor passou a formar a zaga com González e assumiu o lado direito da
defesa, algo que não havia sido treinado.
- Apenas imaginei que poderia acontecer, pelas características dos
jogadores. O Figueirense jogava com o Loco Abreu na frente, um jogador
mais plantando. Eu poderia ter ali Cáceres e González, dois jogadores
altos. Com certeza faria diferente se fosse contra um atacante de
velocidade - explicou o técnico.
Dorival não mexeu no time na volta do intervalo. Cáceres jogou todo o
segundo tempo na função de zagueiro. Nas bolas aéreas ofensivas, foi
para a área tentar o cabeceio, mas não teve chances claras. A única
falha dele na zaga foi um corte errado na entrada da área. A bola sobrou
para o ataque do Figueirense, mas o paraguaio conseguiu a recuperação.
Partiu feito louco atrás da bola e fez o corte. Quando o Figueira passou
a jogar bolas para a área na tentativa de encontrar Loco Abreu, Cáceres
também foi eficiente nos cortes. A zaga conseguiu suportar a pressão
catarinense, e o Flamengo encerrou a série de quatro partidas sem vencer
no campeonato. No fim, Cáceres ganhou um longo e forte abraço do
goleiro Felipe. Reconhecimento pela missão cumprida.
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