Quase um ano após assumir a seleção iraquiana, a paciência de Zico
parece ter acabado com a falta de estrutura para comandar a equipe. Em
um desabafo em seu site oficial, o Galinho afirmou que está há cinco
meses sem receber salário e ameaçou deixar o Iraque.
Com Zico, a seleção iraquiana está no segundo lugar do Grupo A da
quarta fase das eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo de 2014. Os
dois líderes e os dois vices das chaves ganham vaga no Mundial do
Brasil. Os dois terceiros farão um mata-mata para decidir quem fará a
repescagem contra um representante da América do Sul. No total, desde
que assumiu no ano passado até o momento, o Galinho comandou o Iraque em
19 partidas, venceu dez, empatou seis e perdeu três.
Na sua coluna no "Zico na rede", o técnico revelou os problemas que tem
tido com a federação iraquiana. Segundo o Galinho, seu irmão Edu e o
preparador físico Moraci Sant'anna, que fazem parte da comissão técnica,
não recebem salários há dez meses.
- Eu mesmo não recebo há cinco meses, mas segui trabalhando da mesma
forma até o final da Copa Árabe. Lá em Jedah, durante a disputa da
competição, chamei um representante da federação e falei sobre o que
estava acontecendo. Deixei bem claro que a minha ideia era não voltar
mais, a não ser que houvesse uma reviravolta. O trabalho em si, com
todos os problemas, me deixa satisfeito e acho que podemos conseguir a
vaga para 2014. A questão é essa falta de respeito por profissionais
como nós, principalmente o Edu, que tem um histórico de serviços
prestados ao futebol iraquiano - disse Zico, lembrando que o irmão
também já treinou a seleção do país.
O ídolo do Flamengo contou ainda que foi chamado pelos iraquianos para
negociar, mas que dificilmente aceitará a oferta para continuar no
Iraque:
- Agora, eles me chamam para conversar sobre o contrato e tentar chegar
a um acordo para que eu permaneça. Como disse, parece um acerto difícil
porque preciso de garantias de que teremos tranquilidade para
trabalhar. Pelo menos nessa parte de estrutura, já que sei que o Iraque
sofre com uma série de outros problemas. Por tudo isso, a tendência é
que agora eu fique de vez no Brasil até que surja nova proposta. Vamos
ver o que vai acontecer.
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