Dia histórico no Maracanã: 19 de julho de 1992. Ao todo, 145 mil
pessoas para a grande final. Com um elenco formado essencialmente por
jogadores revelados nas categorias de base, o Flamengo superou o
Botafogo e foi pentacampeão brasileiro. E o protagonista daquela
conquista? Um vovô-garoto. Leovegildo Lins da Gama Junior. Naquele
tempo, na “juventude” de seus 38 anos, o experiente Maestro levantava o
troféu e escrevia mais uma vez seu nome na história do Rubro-Negro.
Perto dos 20 anos após a conquista, muitas lembranças ainda vêm à tona. E
foi com esse clima de celebração que os heróis do título se reuniram
neste sábado para uma pelada no clube Cheirinho do Gol, no Recreio dos
Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
– O grande motivo dessa comemoração é, justamente, para não deixar
passar em branco. Até hoje, temos um laço de amizade muito forte – disse
Junior, atual comentarista da TV Globo.
Em cada metro quadrado do Cheirinho do Gol, flamenguistas se surpreendiam com a presença e a chegada de seus ídolos 20 anos depois. Em meio às resenhas, cada jogador usava sua licença “poética” para tentar resgatar uma história mais interessante daquele dia inesquecivel. Os campeões Junior, Zinho, Marquinhos, Piá, Gilmar Rinaldi e Gelson Baresi marcaram presença na festa.
Em cada metro quadrado do Cheirinho do Gol, flamenguistas se surpreendiam com a presença e a chegada de seus ídolos 20 anos depois. Em meio às resenhas, cada jogador usava sua licença “poética” para tentar resgatar uma história mais interessante daquele dia inesquecivel. Os campeões Junior, Zinho, Marquinhos, Piá, Gilmar Rinaldi e Gelson Baresi marcaram presença na festa.
Em
festa de 20 Anos do Penta, Gelson Baresi, Junior, Zinho, Gilmar,
Marquinho e Piá se reencontram para bater bola em clube no Recreio
(Foto: Igor Castello Branco / Globoesporte.com)
Espirituoso e sorridente como sempre, Junior era sempre requisitado
para um forte abraço. Símbolo daquela conquista, o Maestro parecia
voltar no tempo e fazia a alegria de quem estava a sua volta, falando
sobre suas conquistas com a camisa do Flamengo. No futebol, o ídolo
rubro-negro viveu momentos marcantes. Mas um em especial é inesquecível
para o ex-jogador: a primeira partida da decisão. No dia 12 de julho, o
Flamengo venceu o Botafogo por 3 a 0 no Maracanã e ficou a um passo do
título, que veio uma semana depois, com um empate por 2 a 2.
- Não esperávamos ter feito aquele placar. Eu era o último remanescente
daquela fase áurea do clube e estava com aquela garotada. Ali começou a
história do Vovô-Garoto. Foi um momento único - disse o ex-lateral e
meia, que já tinha sido campeão brasileiro em 1980, 1982 e 1983.
Na festa deste sábado, o público presente era de 100 pessoas. Com
olhares atentos, aguardando a oportunidade de tirar uma foto com grandes
nomes da história do clube, principalmente com Junior, um dos maiores
laterais-esquerdos que o futebol conheceu. E também um meio-campo dos
mais talentosos.
Em 1992, atuando como meia, liderou o Flamengo ao título nacional com
38 anos. A consagração do Vovô-Garoto e de jovens jogadores
rubro-negros, como Marquinhos, Djalminha, Marcelinho, Nélio, Paulo
Nunes, Júnior Baiano, Piá, junto dos mais experientes Zinho, Gaúcho,
Gilmar e Gottardo, se deu com a conquista do Campeonato Brasileiro de
1992. Na época, o clube se tornou o maior vencedor da história da
competição, com cinco títulos.
- A equipe ganhou força na competição. Embora houvesse atraso de
salário, nosso time era muito unido. E tínhamos um foco: o título. O
time do Botafogo, por exemplo, tinha muitos nomes. Mas nos fechamos. E
fomos campeões. Participar dessa festa é motivo de muita alegria –
relembrou Piá.
Na primeira fase da competição, o time da Gávea ficou apenas em quarto
lugar, classificando-se para o Grupo 1 da fase seguinte com Santos, São
Paulo e Vasco. Nessa etapa, ficou em primeiro lugar e garantiu a vaga
para enfrentar o Botafogo, campeão do Grupo 2, na final do campeonato.
Para Gelson Baresi, aquele título representou a essência do futebol.
- Por isso, o esporte é tão apaixonante. Nem sempre a equipe que tem os
melhores nomes é a que vai ser campeã. O time do Flamengo de 1992 era
muito bom, mas muitos ainda buscavam um lugar de destaque. O Junior era a
única exceção. Voltar a jogar com esse pessoal hoje é motivo de muita
satisfação.
Zinho e Helvécio Pessoa, prepador físico do Fla em 1992 (Foto: Igor Castello Branco / Globoesporte.com)
Revelado no Flamengo, Zinho, um dos protagonistas daquela conquista,
iniciou sua carreira em 1986, quando teve a oportunidade de atuar ao
lado de Zico, Andrade e Leandro. Na opinião do atual diretor de futebol
do Flamengo, o título nacional de 1992 foi mais importante em sua
carreira do que o de 1987.
- Hoje, certamente, é um dia muito feliz para todos nós. O título de 92
abriu as portas da seleção brasileira para mim. E, por isso, dois anos
depois, fui campeão do mundo com o Brasil. Em 1987, o sabor da conquista
foi bem diferente. Nessa época, eu ainda era um menino. Estava
começando. Em 1992, eu já era um jogador formado e uma das peças
principais daquela equipe.
Neste sábado, o pagode e o churrasco ditavam o ritmo da festa. Ídolos
de outras conquistas, Andrade, Adílio e Julio César, além do
ex-presidente Márcio Braga, também foram prestigiar a comemoração.
- É muito bom saber que a geração de 80 serviu de inspiração para esse
pessoal. Esses jogadores campeões, sem dúvida alguma, marcaram seus
nomes da história do Flamengo. E merecem tudo de bom - finalizou
Andrade.
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