segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rebelo visita Maracanã 56% pronto e ignora problemas em obras


Maracanã prevê atingir 60% de conclusão nas obras até o final de junho. Foto: Marcus Vinicíus Pinto/Terra

Quem vê o andamento das obras do Maracanã custa a acreditar que dentro do oito meses o estádio estará pronto para receber jogos-testes para a Copa das Confederações 2013. Mas, de acordo com o governo do Estado, 56% da reforma já está concluída. No fim do mês de junho, esse percentual chegará a 60.
Nesta segunda-feira, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, fez sua segunda visita às obras ao lado do vice-governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, e disse ter gostado do que viu. "O Maracanã vai ser um estádio moderno, mas sem deixar de lado sua tradição", disse Rebelo que usou como exemplo a Eurocopa que está sendo disputada na Ucrânia e na Polônia para ressaltar a importância da Copa para o País. "Mesmo em crise a Europa não deixou de apoiar o evento, e isso serve de modelo e desafio para o Brasil", afirmou. 

E desafios o Maracanã tem muitos. E problemas também. O gramado, os assentos, o sistema de iluminação e as 10.500 vagas de estacionamentos que a Fifa exige estão dando trabalho. A Federação Internacional de Futebol também quer um sistema de drenagem do gramado por sucção, o que elevaria a altura do gramado em 1,5 m, mexendo no projeto inicial. 

"Estamos discutindo essa questão com a Fifa para tentarmos chegar a um acordo que seja razoável", explicou o responsável pela obra do estádio, Ícaro Moreno, presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado). A questão do estacionamento é outro ponto, mas que vai ter que ser improvisado para a Copa das Confederações e para o Mundial. 

No projeto inicial era previsto um estacionamento por cima da linha férrea que passa ao lado do estádio, mas agora o discurso é outro. "Estamos mapeando locais de estacionamento em um perímetro de 4 km do Maracanã e vamos disponibilizar as vagas exigidas", explicou a secretária de esportes Marcia Lins, dizendo que os carros vão poder utilizar as pouco mais de 250 vagas do estádio mais as vagas da Uerj (Universidade do Rio de Janeiro), Quinta da Boavista, Exército e da Prefeitura, que fica um pouco mais distante. 

O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, anunciou que na próxima quarta-feira a presidente Dilma Roussef irá ao Rio para assinar um empréstimo de R$ 3,6 bilhões do Banco do Brasil para 14 obras no Estado, sendo que R$ 200 milhões serão destinados ao Maracanã. 

"São obras diversas, desde contenção de encostas nas regiões serranas e Norte e Noroeste do Estado, metrô de Niterói, metrô linha 4 do Rio, entre outras", afirmou Pezão, confirmando que será a primeira vez que o Banco do Brasil fará um empréstimo desse tipo a um governo com cinco anos de carência e 20 para pagar, a juros de pouco mais de 3% ao ano. 

Ainda assim isso não garante que todas as obras de mobilidade e infraestrutura previstas no projeto da Copa estarão prontas. Aldo Rebelo tentou minimizar. "As obras vêm caminhando bem, mas cidades como o Rio de Janeiro, Recife ou Salvador já estão preparadas para receber turistas em eventos até maiores que uma Copa do Mundo, como o Carnaval. É mais importante que as obras fiquem depois para a população local", disse. 

O custo das obras do Maracanã estão estimadas em cerca de R$ 859 milhões, sendo R$ 400 milhões oriundos do BNDES (Bando Nacional do Desenvolvimento), R$ 200 milhões financiados pelo Fundo Andino de Desenvolvimento e, agora, R$ 200 milhões do Banco do Brasil. O resto fica a cargo do governo do Estado do Rio. 

Sobre a saída da construtora Delta do consórcio, o vice-governador disse que em nada prejudicou o andamento das obras no estádio e anunciou que em breve as placar que envolvem o Maracanã e que ainda constam o nome da Delta serão substituídas. Sobre a concessão do estádio à iniciativa privada, Pezão afirmou que o assunto está na Casa Civil, mas que não é prioridade. Apenas o empresário Eike Batista fez, até agora, uma proposta para assumir a administração do Maracanã após a Copa do Mundo. 

Depois da visita ao Rio, Aldo Rebelo vai nesta semana a Curitiba e Porto Alegre para conferir o andamento das obras da Arena da Baixada e do Beira-Rio. Sem preocupação com as que considera pequenas reformas do estádio do Atlético-PR, o ministro acredita que o atraso na arena gaúcha é perfeitamente superável. "Não vejo nenhum abismo nos calendários", afirmou. 

A próxima visita de Aldo Rebelo ao Maracanã está prevista para o final de agosto, quando, de acordo com o governo do Estado, as estruturas da nova cobertura já vão estar instaladas. 



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