Quem vê o andamento das obras do Maracanã custa a acreditar que dentro
do oito meses o estádio estará pronto para receber jogos-testes para a
Copa das Confederações 2013. Mas, de acordo com o governo do Estado, 56%
da reforma já está concluída. No fim do mês de junho, esse percentual
chegará a 60.
Nesta segunda-feira, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, fez sua
segunda visita às obras ao lado do vice-governador do Estado, Luiz
Fernando Pezão, e disse ter gostado do que viu. "O Maracanã vai ser um
estádio moderno, mas sem deixar de lado sua tradição", disse Rebelo que
usou como exemplo a Eurocopa que está sendo disputada na Ucrânia e na
Polônia para ressaltar a importância da Copa para o País. "Mesmo em
crise a Europa não deixou de apoiar o evento, e isso serve de modelo e
desafio para o Brasil", afirmou.
E desafios o Maracanã tem muitos. E problemas também. O gramado, os
assentos, o sistema de iluminação e as 10.500 vagas de estacionamentos
que a Fifa exige estão dando trabalho. A Federação Internacional de
Futebol também quer um sistema de drenagem do gramado por sucção, o que
elevaria a altura do gramado em 1,5 m, mexendo no projeto inicial.
"Estamos discutindo essa questão com a Fifa para tentarmos chegar a um
acordo que seja razoável", explicou o responsável pela obra do estádio,
Ícaro Moreno, presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado). A
questão do estacionamento é outro ponto, mas que vai ter que ser
improvisado para a Copa das Confederações e para o Mundial.
No projeto inicial era previsto um estacionamento por cima da linha
férrea que passa ao lado do estádio, mas agora o discurso é outro.
"Estamos mapeando locais de estacionamento em um perímetro de 4 km do
Maracanã e vamos disponibilizar as vagas exigidas", explicou a
secretária de esportes Marcia Lins, dizendo que os carros vão poder
utilizar as pouco mais de 250 vagas do estádio mais as vagas da Uerj
(Universidade do Rio de Janeiro), Quinta da Boavista, Exército e da
Prefeitura, que fica um pouco mais distante.
O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, anunciou que na próxima
quarta-feira a presidente Dilma Roussef irá ao Rio para assinar um
empréstimo de R$ 3,6 bilhões do Banco do Brasil para 14 obras no Estado,
sendo que R$ 200 milhões serão destinados ao Maracanã.
"São obras diversas, desde contenção de encostas nas regiões serranas e
Norte e Noroeste do Estado, metrô de Niterói, metrô linha 4 do Rio,
entre outras", afirmou Pezão, confirmando que será a primeira vez que o
Banco do Brasil fará um empréstimo desse tipo a um governo com cinco
anos de carência e 20 para pagar, a juros de pouco mais de 3% ao ano.
Ainda assim isso não garante que todas as obras de mobilidade e
infraestrutura previstas no projeto da Copa estarão prontas. Aldo Rebelo
tentou minimizar. "As obras vêm caminhando bem, mas cidades como o Rio
de Janeiro, Recife ou Salvador já estão preparadas para receber turistas
em eventos até maiores que uma Copa do Mundo, como o Carnaval. É mais
importante que as obras fiquem depois para a população local", disse.
O custo das obras do Maracanã estão estimadas em cerca de R$ 859
milhões, sendo R$ 400 milhões oriundos do BNDES (Bando Nacional do
Desenvolvimento), R$ 200 milhões financiados pelo Fundo Andino de
Desenvolvimento e, agora, R$ 200 milhões do Banco do Brasil. O resto
fica a cargo do governo do Estado do Rio.
Sobre a saída da construtora Delta do consórcio, o vice-governador disse
que em nada prejudicou o andamento das obras no estádio e anunciou que
em breve as placar que envolvem o Maracanã e que ainda constam o nome da
Delta serão substituídas. Sobre a concessão do estádio à iniciativa
privada, Pezão afirmou que o assunto está na Casa Civil, mas que não é
prioridade. Apenas o empresário Eike Batista fez, até agora, uma
proposta para assumir a administração do Maracanã após a Copa do Mundo.
Depois da visita ao Rio, Aldo Rebelo vai nesta semana a Curitiba e Porto
Alegre para conferir o andamento das obras da Arena da Baixada e do
Beira-Rio. Sem preocupação com as que considera pequenas reformas do
estádio do Atlético-PR, o ministro acredita que o atraso na arena gaúcha
é perfeitamente superável. "Não vejo nenhum abismo nos calendários",
afirmou.
A próxima visita de Aldo Rebelo ao Maracanã está prevista para o final
de agosto, quando, de acordo com o governo do Estado, as estruturas da
nova cobertura já vão estar instaladas.
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