sexta-feira, 8 de junho de 2012

Fla estuda demissão de Joel, não acha substituto, e Zinho pede calma


joel santana flamengo x ponte preta (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)
A paciência da alta cúpula do Flamengo com Joel Santana chegou ao fim. A pressão que sai da Gávea e chega ao Ninho do Urubu encontra o escudo que protege e segura o treinador no cargo: Zinho, favorável a um diálogo para uma solução pacífica e a manutenção do treinador, pelo menos por enquanto. A multa rescisória em caso de demissão imediata é de R$ 1,4 milhão, e não R$ 3 milhões, como fora divulgado. Mesmo com a asfixia financeira, mais do que as altas cifras, o maior problema do clube é encontrar um substituto para o atual treinador, que está em processo de fritura.

Na madrugada desta quinta-feira, depois de uma atuação sem brilho e empate por 2 a 2 com a Ponte Preta, graças a um gol salvador de Vagner Love aos 48 minutos do segundo tempo, o assunto demissão voltou à tona. Zinho, que estava em Campinas, e o vice-presidente de finanças, Michel Levy, que ficou no Rio, conversaram por telefone. O assunto em pauta: o futuro de Joel Santana. O diretor de futebol pediu “calma” e “uma conversa” para tratar do tema. Mesmo em caso de vitória contra o Coritiba, sábado, no Engenhão, será feita nova avaliação sobre o trabalho do técnico.

À distância do futebol e com perfil de não jogar lenha na fogueira, a presidente Patricia Amorim não está satisfeita com os resultados. Em caso de demissão de Joel, a palavra final terá de ser da dirigente. Patricia tem bom relacionamento com Leo Rabello, empresário do treinador que teve participação efetiva na campanha para a ex-nadadora se eleger mandatária do Rubro-Negro.

Renato Gaúcho e Adilson Batista em baixa

Alguns nomes são comentados nos bastidores da Gávea. O primeiro deles é de Renato Gaúcho, desempregado desde que deixou o Atlético-PR, no dia 1º de setembro de 2011. Aprovado por alguns conselheiros e torcedores, o ex-jogador tem grande rejeição de aliados de Patricia Amorim e acabou praticamente descartado.

Demitido recentemente do Atlético-GO, Adilson Batista foi outra hipótese estudada, mas o nome não tem força no Rubro-Negro e os dirigentes o vetaram. Um nome que agrada é o de Marcelo Oliveira, que tem feito bom trabalho e levou o Coritiba para a semifinal da Copa do Brasil neste ano e à final em 2011. O treinador tem contrato com o Coxa até dezembro, e dirigentes rubro-negros nem cogitam qualquer tipo de negociação no momento em que a equipe paranaense vive um momento decisivo. O Flamengo também estuda nomes de treinadores que trabalham fora do Brasil no momento.

Substituições e postura em xeque

O GLOBOESPORTE.COM apurou os principais questionamentos sobre o trabalho de Joel. O treinador completou na quarta-feira quatro meses de clube e não conseguiu dar um padrão tático ao time, mesmo depois de ter um mês livre de jogos com tempo apenas para treinar a equipe. Mesmo depois das eliminações do Carioca e da Libertadores, o treinador ganhou respaldo da diretoria. Porém, depois de um balanço geral e dos três jogos pelo Brasileirão, o sinal vermelho acendeu de vez.

Até mesmo a insistência em escalar o time defensivo provocou questionamento, assim como as substituições de Joel. Contra a Ponte, por exemplo, o treinador recebeu críticas ao colocar Negueba na vaga de Deivid, quando Hernane, recente contratação e vice-artilheiro do Paulista, estava no banco.

A própria postura abatida do treinador é criticada. Além disso, existe a preocupação de que, a qualquer momento, o treinador tenha que se afastar para passar por um procedimento cirúrgico no problema que tem no quadril.

Os questionamentos respingam até no preparador-físico Ronaldo Torres. Alguns dirigentes fizeram um levantamento específico em relação à época em que ele trabalhou no Fluminense para saber qual era o índice de lesões musculares dos jogadores tricolores.

Encruzilhada, multa e turbulência

O técnico vive sob pressão, mas o clube coloca na balança as consequências de uma demissão. Joel recebe salários de R$ 350 mil por mês. A multa rescisória em caso de demissão é calculada da seguinte forma: somam-se os meses de pagamento que faltam até o fim do contrato (dezembro). A multa, então, é 50% do total dos vencimentos restantes. No caso do treinador, a soma daria R$ 1,4 milhão. Mensalmente, o Rubro-Negro ainda paga parcelas por causa da demissão de Vanderlei Luxemburgo.

Mesmo diante da pressão, Joel falou em confiança e tranquilidade depois do empate com a Ponte.

- No Flamengo, as coisas não são fáceis. Depois dessas turbulências todas que passamos, eu e outros profissionais estamos colocando as coisas no seu devido lugar.


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