No dia 29 de janeiro de 2010, o Flamengo apresentava um novo reforço
para a lateral esquerda. Cabelos compridos e pinta de galã-roqueiro,
Rodrigo Alvim era desconhecido de grande parte da torcida rubro-negra,
inclusive do então técnico Andrade. Na chegada, ele ganhou o apelido de
Sorín, não por conta do futebol, mas sim pela cabeleira que remetia à do
ex-lateral-esquerdo da seleção da Argentina. Com altos salários –
depois de reajustes, hoje recebe cerca de R$ 90 mil mensais – o jogador
assinou contrato por três anos, recebeu elogios do ex-zagueiro Mozer,
que indicou Alvim, mas nunca se firmou na posição. Primeiro jogador a
ser avisado de que estava liberado para negociar com outro time depois
das eliminações da Libertadores e Carioca nesta temporada, Rodrigo Alvim
não despertou interesse de outros times e seguiu no grupo sem ser
aproveitado por Joel Santana. Nos próximos dias, enfim, o Rubro-Negro
vai propor uma rescisão de contrato ao jogador.
Para suprir a ausência de laterais-esquerdos no elenco, o Flamengo
acredita em desfecho positivo com Ramon depois de o Corinthians terminar
sua participação na Libertadores. Com Magal como titular, Joel Santana
não conta com outro jogador para a posição e já improvisou Wellington
Silva durante os treinos. Na vitória sobre o Coritiba, no último sábado,
Magal foi sacado no segundo tempo, e Renato terminou a partida na
lateral. Junior Cesar, dono da posição antes da chegada de Joel, deixou o
clube e acertou com o Atlético-MG.
Vice-presidente de futebol do Flamengo e responsável pela contratação
de Rodrigo Alvim em 2010, Marcos Braz admite que errou, mas faz uma
ressalva.
- Errei, mas o clube não gastou nada na contratação, não houve
prejuízo. Ele vinha de duas temporadas boas em Portugal (pelo
Belenenses), foi vendido por 3,8 milhões de euros para o Wolfsburg e não
jogou. O Alvim tinha um bom histórico, foi indicado por um ex-jogador,
rompeu contrato com o clube alemão e nós o trouxemos de graça. Mas por
que não o afastaram quando não quiseram o Kleberson, o Corrêa e o Pet no
início de 2011? Poderiam ter rescindido o contrato. Mas ele era amigo
do Ronaldinho, que tinha acabado de chegar ao clube – disse Marcos Braz.
A indicação de Alvim partiu de Mozer, zagueiro que fez história no
Rubro-Negro. Quando a negociação foi concretizada, o ex-jogador rasgou
elogios para Alvim e disse que Juan, até então titular, corria risco de
perder a vaga:
- Com todo o respeito, diria que o Juan é quem pode se tornar uma
sombra para o Rodrigo. Acompanhei 28 dos 30 jogos dele pelo Belenenses e
digo: o Flamengo contratou um ótimo jogador. Ele tem força defensiva,
mas também chega com força ao ataque.
Alvim comemora seu gol diante do Duque de caxias (Foto: Vipcomm)
Quando o jogador chegou ao clube, em janeiro de 2010, Andrade
demonstrou sinceridade e admitiu que nunca tinha visto Rodrigo Alvim
atuar.
O lateral começou nas divisões de base do Grêmio, onde conheceu
Ronaldinho Gaúcho, e teve passagens por Paraná e Vila Nova antes de ir
para Portugal. Por lá, fez sucesso no Belenenses até ser contratado pelo
Wolfsburg, da Alemanha. Ele rescindiu o contrato por lá e assinou por
três anos com o Flamengo. O compromisso termina em dezembro.
- A situação deve ser resolvida nos próximos dias, o Zinho vai conversar com ele – afirmou o vice de finanças, Michel Levy.
A ideia do clube é propor uma rescisão. Para isso, terá que somar os
salários restantes até dezembro e pagar 50%, cerca de R$ 315 mil.
Pelo Flamengo, Rodrigo Alvim disputou 27 jogos, sendo que em nove saiu
do banco de reservas. O lateral-esquerdo fez dois gols e ganhou quase R$
3 milhões no período.
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