Como jogador, Zinho dispensa apresentações. Esteve com a seleção
brasileira na conquista da Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994 e,
entre outros títulos, venceu cinco vezes o Campeonato Brasileiro. Há
pouco menos de um mês, Zinho assumiu o cargo de diretor de futebol do
Flamengo e já foi obrigado a lidar com algumas crises, a maioria
envolvendo o principal jogador do clube, Ronaldinho Gaúcho.
Em entrevista exclusiva ao Globo Esporte, Zinho, de forma objetiva,
disse que o craque, assim como todo o grupo, não está jogando tudo que
pode apresentar.
- Hoje o momento do Ronaldo a gente não vai aqui ficar tapando o sol
com a peneira, ele não está jogando bem, mas assim como a equipe, que
ainda não jogou o melhor que pode jogar - disse Zinho.
O agora dirigente afirmou que o Flamengo está de olho no mercado, mas
sabe a dificuldade de trazer um jogador que chegue para ser titular. Um
nome com esse perfil seria o do atacante Adriano, que está se
recuperando com o apoio de médicos disponibilizados pelo clube. Mas
Zinho também é reticente quando o assunto é o Imperador e não garante
sua volta.
- Eu apoio ajudá-lo na recuperação. Mas acredito que é uma oportunidade
que ele tem que agarrar como se fosse a última da vida ele. A partir do
momento que ele estiver inteiro, que o nosso médico e fisioterapeuta
que o clube colocou à disposição dele digam que ele está apto a jogar,
podemos até sentar. Se for pedido isso pra mim, porque até o momento
ninguém pediu nada. Mas se for o caso da presidente do clube, que é a
chefe, falar comigo: "Quero que sente com o Adriano", vou sentar, vou
escutar, vou colocar as regras. Ser der tudo certo, podemos dar uma
chance a ele. Não estou aqui dizendo que isso vai acontecer - decretou
Zinho.
Perguntado sobre a comissão técnica, Zinho diz que teve pouca
participação na formulação, já que ela foi montada antes de sua chegada,
mas reforça a importância de se dar tempo aos profissionais para
desenvolver um trabalho de qualidade.
- Eu fui convidado para um trabalho, sabia que esse plantel já estava
90% definido e a comissão técnica estava contratada. Eu não tinha tido
ainda a possibilidade de trabalhar com o Joel. Está sendo um início de
trabalho. Como eu falei, aceitei o convite sabendo que a comissão
técnica era essa, então, eu quis trabalhar com essa comissão técnica. Eu
não tenho o que reclamar. Eu sabia que era assim e aceitei. Então, não
vou ficar dando esculpa, mas realmente a gente precisa de tempo pra
trabalhar - afirmou o dirigente.
Quem acha que a convivência intensa com o mundo da bola novamente está
trazendo saudade para Zinho, está enganado. Perto de completar 45 anos
de idade e cinco de aposentadoria dos campos, ele garante que se
preparou para este momento e a proximidade com a rotina do futebol
ameniza a saudade.
- Eu me preparei muito bem pra isso. Primeiro, desculpe a modéstia, mas
eu ganhei o que tinha que ganhar como jogador. Pra mim foi tranquilo,
mesmo porque eu viajo com o time, eu estou no estádio, eu estou no jogo,
eu estou na conversa com a comissão técnica. Eu não estou chutando a
bola, mas eu tô dentro do futebol que é o meu amor, a minha paixão, é o
que eu vivi a minha vida toda - finalizou Zinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário