Zinho diz que confia no grupo e faz ressalva: 'Precisamos falar menos'

A semana começou com reunião no Flamengo. Nesta segunda-feira, dirigentes do clube estiveram reunidos na Gávea durante boa parte do dia para discutir contratações, analisar o trabalho dos jogadores e da comissão técnica e avaliar o desempenho do time nas duas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Por conta do encontro com vice-presidentes, o diretor de futebol rubro-negro, Zinho, não foi ao treino da tarde no Ninho do Urubu. A presidente Patricia Amorim também participou, mas não de toda a conversa.

Ficou decidido que as contratações de apostas estão encerradas. Depois de Wellington Silva, Amaral, Jorge Luiz e Thiago Medeiros, o atacante Hernane, do Mogi Mirim, deve ser a última revelação em que o clube irá investir para o segundo semestre. Agora, a intenção é encontrar nomes de peso, especialmente um zagueiro.

Nesta terça-feira, Zinho pretende ter uma conversa com o grupo e membros da comissão técnica sobre os empates nas duas primeiras rodadas do Brasileirão, com Sport e Inter. O dirigente acha que a equipe melhorou na partida contra os gaúchos, mas ainda precisa render muito mais. Segundo ele, será um papo de cobrança, mas também de apoio.  

- Precisamos de mais empenho, mais trabalho, mais profissionalismo e de falar menos. Eu confio no grupo, acredito no potencial e quero dar confiança e apoio aos jogadores. Temos um bom elenco e temos que trabalhar para superar os insucessos que tivemos. É preciso mais pegada, mais comprometimento e quero ajudar os jogadores.

Zinho também falou sobre Ronaldinho Gaúcho. Disse que deu ao camisa 10 a opção de se afastar por conta do problema de saúde da mãe, Dona Miguelina, mas que o atacante preferiu continuar o trabalho no clube. Vaiado ao ser substituído contra o Inter, o jogador foi liberado para ir a Porto Alegre visitá-la nesta segunda-feira.

- Ele disse que se largasse o Flamengo poderia prejudicá-la, que a mãe dele ficaria pensando que o problema está atrapalhando o filho. Falei para ele pensar na frente, na Copa do Mundo no Brasil, traçar objetivos que vão trazer motivação para ele. Vão fazer com que ele melhore o rendimento. Ele tem potencial, muito talento e está tentando, só que às vezes a coisa não funciona.

O dirigente também disse que não detectou nenhum foco de crise na relação do técnico Joel Santana com o grupo.

- Problemas, inimizades, não vejo.

Abaixo, o internauta confere outros trechos da conversa com o GLOBOESPORT.ECOM.

Reunião

Fizemos uma análise do elenco, do desempenho dos atletas, desempenho da comissão técnica. Concluímos que as revelações, os jogadores que se destacaram por equipes menores, já foram contratados. Precisamos agora de peças cruciais para determinadas funções, nomes de peso. Mas para isso temos que ouvir o departamento de finanças. Se pudermos conciliar a parte financeira com o perfil de jogadores que nós queremos, experientes e de histórico vitorioso, será o ideal.

 

Análise do elenco

Disse logo na minha chegada que o nosso elenco já é bom. Não está abaixo de muitos outros times, não. Talvez alguns times estejam num momento melhor, de mais ritmo, melhor psicologicamente. Mas não tem ninguém sobrando. Algumas equipes como Atlético-MG, Botafogo e Vasco largaram na frente, então temos que trabalhar mais. Precisamos de mais empenho, mais trabalho, mais profissionalismo e de falar menos. Eu confio no grupo, acredito no potencial e quero dar confiança aos jogadores. Temos um bom elenco e temos que trabalhar para superar os insucessos que tivemos. É preciso mais pegada, mais comprometimento e quero ajudar os jogadores.

Avaliação de Joel sobre a defesa

Nosso treinador fez um comentário sobre o sistema defensivo, mas não foi só sobre a zaga. Vamos buscar no mercado. Estamos tentando procurar peças no mercado que resolvam os problemas. Mas não está sendo fácil, todo mundo quer ganhar muito. Sei que a torcida quer reforços, que a imprensa faz o papel dela e cobra, mas às vezes não temos a condição financeira. Eu também gostaria de poder contratar só os melhores, mas sabemos que o mercado não é assim. Não é simples. Temos muita coisa para resolver, mas vai encaixar.

Crise na relação entre Joel Santana e os jogadores

Não detectei isso, de coração. Eu tenho boa percepção. Não vi isso e não vejo isso. Agora, se acham que o Joel escalou certo ou errado, se o treino é bom ou ruim, é outra coisa. Relação, problemas, inimizades, não vejo.

Ronaldinho Gaúcho

Ele foi liberado nesta segunda-feira para ver a mãe dele, era algo já combinado. Ele conversou comigo sobre o problema de saúde dela, chamei ele e perguntei se queria ficar um tempo afastado. Ele disse uma coisa que achei legal. Disse que se largasse o Flamengo poderia prejudicá-la, que a mãe dele ficaria pensando que o problema dela está atrapalhando o filho. Tenho pai, minha mãe já faleceu e família para mim é tudo. Não percebi o Ronaldo abatido, mas isso afeta. Quem não fica preocupado? Deixei ele à vontade e ele falou que prefere jogar e se recuperar com o time. Falei para ele pensar na frente, na Copa do Mundo no Brasil, traçar objetivos que vão trazer motivação para ele. Vão fazer com que ele melhore o rendimento. Ele tem potencial, muito talento e está tentando, só que às vezes a coisa não funciona. Há muita pressão sobre ele. Pedi para ele se cuidar, se preservar. Estou tentando ajudar, proteger, mas ao mesmo tempo cobrar, exigir o melhor dele. Mas temos que lembrar que não é só o Ronaldo. Ele não joga sozinho. Todo mundo tem a sua responsabilidade, inclusive eu e a comissão técnica. Todos nós temos que nos doar mais.

Início no Brasileirão

Melhorou um pouquinho do primeiro para o segundo jogo (1 a 1 com o Sport e 3 a 3 com o Inter), mas nós sabemos que ainda precisamos evoluir. Não ganhamos, mas também não perdemos. Mas precisamos melhorar. Amanhã (terça-feira), vamos conversar com jogadores, comissão técnica para incentivar, mas também cobrar. Só assim vamos começar a render.