As eliminações da Libertadores e do Carioca deram ao Flamengo férias
forçadas de jogos. Mas, a partir desta segunda-feira, o grupo vai ter
trabalho. E muito. Na planilha, intensas atividades físicas, dois dias
de treino em tempo integral e sem direito a corpo-mole. O
preparador-físico Ronaldo Torres cita Kleberson como exemplo, aposta em
grande melhora de Vagner Love e elogia Ronaldinho Gaúcho,
mas, com voz firme, garante: caso seja preciso, vai enquadrar o camisa
10 sem medo de consequências. O recado se estende para todo grupo.
- Não me interessa a vida social dele (Ronaldinho). Ele nunca me deu
trabalho. O dia que der, vou chegar para ele e vou falar: “você não vai
me atrapalhar”. O que vai acontecer não me importa, não tem nada comigo,
tenho com meu trabalho. O Flamengo me paga bem, minha parte eu vou
fazer. Não vou enganar. E se for entrar no meu trabalho para enganar,
fica fora que é melhor. Essa é a realidade, falo isso com os jogadores –
afirmou Ronaldo Torres.
Ronaldinho Gaúcho faz exercícios sob o comando de Ronaldo Torres (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
Na última semana, Ronaldinho participou normalmente de quatro treinos
pela manhã e também realizou as avaliações juntamente com os demais
companheiros. A próxima semana será de puxados treinos físicos. Para
todos, sem distinção entre a estrela da companhia e o patinho feio da
turma.
- Trato atleta top e o que está começando da mesma forma. Pode ser
Fred, Deco, Ronaldinho, Vagner Love... Tem que treinar. Se não treinar,
não tem jeito. Se seguir o que eu vou determinar, eu garanto o atleta.
Se não seguir, já não é comigo, tem que falar com ele. Isso serve para
todos os atletas. O Ronaldo sempre está presente comigo. Está sempre
treinando, independentemente se a intensidade é fraca, média ou alta.
Não tenho do que reclamar dele nos treinamentos. Nos jogos, quem reclama
é torcida, imprensa... – destacou Torres.
O preparador aposta que Vagner Love, que chegou vindo do CSKA, da
Rússia, sem realizar a pré-temporada com o grupo e demonstrava cansaço
no segundo tempo dos jogos, vai ganhar gás. Mas, novamente, Torres
destacou a importância do comprometimento com o trabalho.
- Quando o atleta volta (do exterior), ele sente um pouco, é natural.
Cito o exemplo do Deco, quando voltou, a loucura que foi. Não é o
atleta, é o momento fisiológico. Ele treinava e se contundia. Tem que
ter tempo de adaptação. É como quando você mora num bairro e se muda,
sente a diferença até de adaptar. Com certeza absoluta, ele vai muito
bem no Campeonato Brasileiro. Mas ainda assim acho que ele se destacou
no grupo.
Kleberson, que vinha de período de três meses de inatividade por conta
de cirurgia no ombro e tem feito boas atuações, foi usado como exemplo a
ser seguido.
- Agora, vamos ter tempo para trabalhar. Eu vou fazer o que tem que ser
feito. Quem quiser vai se dar bem, quem não quiser, não vai. Cito o
exemplo do Kleberson, que era um atleta que ninguém queria, estava lá na
porta da rua. Ele veio de três meses parado e fez todos os trabalhos
que foram determinados. Foi feito tudo certinho e estão vendo o
resultado – completou.
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