O time pode estar em crise, como no atual momento, com as férias
forçadas depois das eliminações na Libertadores e Carioca. A fase também
pode ser boa. Faça chuva, faça sol, com o clube no céu ou no inferno,
na alegria e na dor, quinta-feira no Flamengo é dia de entrevista
coletiva com Junior Cesar.
Aos 30 anos, calejado com o futebol carioca depois das passagens por
Fluminense e Botafogo, o lateral-esquerdo é conhecido pela não-polêmica,
mesmo quando atravessa fase adversa. Sereno, articulado e com frases
sempre bem medidas e respostas polidas, o jogador não alimenta crises.
No início da temporada, Junior Cesar apostava em um grande ano.
- Nem sempre o que projetamos acontece. Foi lamentável para mim e para
todos os companheiros. Não conseguimos ficar nas competições. Temos que
buscar forças e formar um grupo competente para buscar o título
brasileiro – afirmou o jogador, sem alterar o tom de voz nem gaguejar.
Em meio ao rodízio de jogadores que concedem entrevistas coletivas,
quinta-feira é certo: é dia de Junior Cesar atender a imprensa. Ao
contrário de atletas que vez por outra evitam entrevistas, o lateral já
se apresenta aos assessores para a sabatina.
Educado e sempre sorridente, Junior Cesar passa longe do tipo sisudo e
consegue responder a uma pergunta mais apimentada de forma politicamente
correta.
- A gente pede desculpas aos torcedores, eles vivem a paixão do clube.
No mínimo de sentimento que temos, pedimos desculpas – disse o jogador.
Junior Cesar chegou ao Flamengo no ano passado para suprir a saída de
Juan, que foi para o São Paulo e hoje está no Santos. Titular absoluto, o
novo lateral tem 58 jogos com a camisa rubro-negra.
Ao mesmo tempo em que oscila em suas atuações, Junior Cesar mantém
extremo equilíbrio fora de campo. Histórico limpo: não se atrasa, não
falta, não comete indisciplinas. Não cria polêmicas.
Na derrota por 3 a 2 para o Vasco, Junior Cesar falhou ao rebater uma
bola de cabeça de graça para armar a jogada do gol de Felipe (assista ao
vídeo abaixo). Questionado sobre o fato, justificou com um jargão:
- É detalhe. Clássico se resume em detalhe. Pecamos nesses detalhes. É
uma coisa passada, não adianta remoer e nem ficar chorando. Tem que
continuar o trabalho e fazer diferente no Brasileiro.
Em pouco menos de 10 minutos de entrevista, sendo os dois primeiros
para cinegrafistas prepararem as câmeras e para bate-papo, Junior Cesar
encerra e dá a sua receita:
- O momento é de silêncio. Trabalhar bastante e esperar o Brasileiro chegar.
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