quinta-feira, 15 de março de 2012

Em entrevista, González ganha aula de expressões do futebol: ‘Catimba?’



Marcos González (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com) Era para ser só uma entrevista coletiva, mas virou um tipo de aula sobre expressões comuns no futebol. O brasileiro naturalizado chileno Marcos González ainda tem um pouco de dificuldade com a língua portuguesa. Justifica-se. O zagueiro deixou o Rio de Janeiro quando ainda era um bebê. Ele já disse que pouco a pouco a comunicação com os companheiros de Flamengo começa a fluir, mas antes de ouvir a primeira pergunta nesta quarta-feira deu o recado aos jornalistas.

- Ainda prefiro falar espanhol.

González costuma dar respostas curtas, quase como uma medida de segurança. Ouve as questões com atenção e arrisca um portunhol carregado.

- Acredito que o trabalho que fiz no Flamengo antes de jogar a primeira partida, mais a partida que fiz pela seleção nos Estados Unidos (amistoso contra Gana) me ajudaram a ter mais ritmo – disse, ao comentar o bom desempenho apresentado nos três primeiros jogos pelo Rubro-Negro.

A primeira dúvida surgiu quando foi questionado sobre a parceria com David Braz.

- O que é entrosamento?

A resposta veio depois de uma breve explicação.

- Acredito que foi natural. Estamos jogando mais partidas juntos, estou me entendendo melhor com ele e com toda a equipe.

O jogador será novamente titular nesta quinta-feira, contra o Olimpia, pela terceira rodada do Grupo 2 da Libertadores. A partida será no Engenhão, às 22h (de Brasília). Com a experiência de 31 anos e a bagagem de jogos por competições sul-americanas, o melhor zagueiro das Américas na temporada passada dá segurança ao time.

- Tive a felicidade de ter jogado partidas de Libertadores e Sul-Americana anteriormente. Essa experiência ajuda bastante para disputar partidas tão importantes. O Olimpia tem uma história muito rica no futebol internacional, merece respeito. Vamos enfrentar o adversário com seriedade. Hoje em dia, todas as equipes merecem cautela, precaução. Nenhuma equipe que entra em campo deixa de brigar. O futebol paraguaio disputa muito a bola, as equipes são bem posicionadas defensivamente. Estamos trabalhando para superar isso.

O papo corria bem até chegar a hora de uma pergunta sobre a catimba que as equipes sul-americanas costumam fazer em jogos contra brasileiros fora de casa.

- O que é catimba? Fazem isso contra as equipes brasileiras? Não sei dizer porque no Chile isso não acontece. Os times que joguei não pensavam em... catinga (sic)? Catimba... não pensavam. Não sei outros times, mas isso não havia no Chile.

O chileno também falou sobre a relação com o técnico Joel Santana. Segundo ele, não há nenhum tipo de problema de comunicação.

- É algo mais coletivo que individual. É normal. Ele trabalha mais com o grupo.

Semelhanças com Fábio Luciano

Fabio Luciano, ex-zagueiro do Flamengo (Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
Durante a semana, González foi elogiado por um ex-xerife da zaga rubro-negra. Fábio Luciano, que defendeu o Flamengo por duas temporadas e conquistou o Carioca em 2008 e 2009, assistiu a um dos três jogos que o brasileiro naturalizado chileno disputou. E gostou do que viu. Em campo, enxergou semelhanças no estilo de jogo e na aparência. Assim como ele, González compensa a falta de velocidade e de explosão com bom posicionamento e precisão nos desarmes.

- Assisti apenas ao Fla-Flu. Com um jogo, é complicado falar, mas já vi que ele se posiciona muito bem e é muito experiente. Além disso, mostrou qualidade na saída de bola. E fisicamente até parece, não é? Torço para que ele encaixe. Vai ser muito bom para o Flamengo.

González também já ouviu falar sobre o ex-capitão.

- Já me falaram dele. Ainda não vi nada dele , mas me falaram que eu jogo de um jeito parecido com o dele.

Pelo bom começo, o chileno tem boas chances de conquistar o mesmo carinho que os rubro-negros dão a Fábio Luciano.

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