Era para ser só uma entrevista coletiva, mas virou um tipo de aula
sobre expressões comuns no futebol. O brasileiro naturalizado chileno
Marcos González ainda tem um pouco de dificuldade com a língua
portuguesa. Justifica-se. O zagueiro deixou o Rio de Janeiro quando
ainda era um bebê. Ele já disse que pouco a pouco a comunicação com os
companheiros de Flamengo começa a fluir, mas antes de ouvir a primeira
pergunta nesta quarta-feira deu o recado aos jornalistas.
- Ainda prefiro falar espanhol.
González costuma dar respostas curtas, quase como uma medida de
segurança. Ouve as questões com atenção e arrisca um portunhol
carregado.
- Acredito que o trabalho que fiz no Flamengo antes de jogar a primeira
partida, mais a partida que fiz pela seleção nos Estados Unidos
(amistoso contra Gana) me ajudaram a ter mais ritmo – disse, ao comentar
o bom desempenho apresentado nos três primeiros jogos pelo Rubro-Negro.
A primeira dúvida surgiu quando foi questionado sobre a parceria com David Braz.
- O que é entrosamento?
A resposta veio depois de uma breve explicação.
- Acredito que foi natural. Estamos jogando mais partidas juntos, estou me entendendo melhor com ele e com toda a equipe.
O jogador será novamente titular nesta quinta-feira, contra o Olimpia,
pela terceira rodada do Grupo 2 da Libertadores. A partida será no
Engenhão, às 22h (de Brasília). Com a experiência de 31 anos e a bagagem
de jogos por competições sul-americanas, o melhor zagueiro das Américas na temporada passada dá segurança ao time.
- Tive a felicidade de ter jogado partidas de Libertadores e
Sul-Americana anteriormente. Essa experiência ajuda bastante para
disputar partidas tão importantes. O Olimpia tem uma história muito rica
no futebol internacional, merece respeito. Vamos enfrentar o adversário
com seriedade. Hoje em dia, todas as equipes merecem cautela,
precaução. Nenhuma equipe que entra em campo deixa de brigar. O futebol
paraguaio disputa muito a bola, as equipes são bem posicionadas
defensivamente. Estamos trabalhando para superar isso.
O papo corria bem até chegar a hora de uma pergunta sobre a catimba que
as equipes sul-americanas costumam fazer em jogos contra brasileiros
fora de casa.
- O que é catimba? Fazem isso contra as equipes brasileiras? Não sei
dizer porque no Chile isso não acontece. Os times que joguei não
pensavam em... catinga (sic)? Catimba... não pensavam. Não sei outros
times, mas isso não havia no Chile.
O chileno também falou sobre a relação com o técnico Joel Santana. Segundo ele, não há nenhum tipo de problema de comunicação.
- É algo mais coletivo que individual. É normal. Ele trabalha mais com o grupo.
Semelhanças com Fábio Luciano
Durante a semana, González foi elogiado por um ex-xerife da zaga
rubro-negra. Fábio Luciano, que defendeu o Flamengo por duas temporadas e
conquistou o Carioca em 2008 e 2009, assistiu a um dos três jogos que o
brasileiro naturalizado chileno disputou. E gostou do que viu. Em
campo, enxergou semelhanças no estilo de jogo e na aparência. Assim como
ele, González compensa a falta de velocidade e de explosão com bom
posicionamento e precisão nos desarmes.
- Assisti apenas ao Fla-Flu. Com um jogo, é complicado falar, mas já vi que ele se posiciona muito bem e é muito experiente. Além disso, mostrou qualidade na saída de bola. E fisicamente até parece, não é? Torço para que ele encaixe. Vai ser muito bom para o Flamengo.
- Assisti apenas ao Fla-Flu. Com um jogo, é complicado falar, mas já vi que ele se posiciona muito bem e é muito experiente. Além disso, mostrou qualidade na saída de bola. E fisicamente até parece, não é? Torço para que ele encaixe. Vai ser muito bom para o Flamengo.
González também já ouviu falar sobre o ex-capitão.
- Já me falaram dele. Ainda não vi nada dele , mas me falaram que eu jogo de um jeito parecido com o dele.
Pelo bom começo, o chileno tem boas chances de conquistar o mesmo carinho que os rubro-negros dão a Fábio Luciano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário