Diego Maurício tentou. Oito vezes. De todos os jogadores que
participaram do jogo entre Flamego e Friburguense, domingo, pela quarta
rodada da Taça Rio, o atacante foi quem mais finalizou.
Kleberson também tentou. E deu só um chute. O suficiente para o volante
fazer o gol da vitória rubro-negra por 1 a 0. Depois da partida, Diego
conversou com Joel Santana e desabafou. Deixou o gramado do Maocyrzão,
em Macaé, chateado com o número de chances desperdiçadas.
- Fiquei chateado porque treinei finalização a semana toda. Você faz
tudo certo no treino, mas na hora de concluir no jogo não dá certo. Isso
incomoda.
Joel entendeu o incômodo do jogador e o absolveu.
- Ele veio falar comigo, mas eu falei que ele só perdeu porque criou.
Pior seria se não tivesse criado nada. Acontece – disse o treinador,
após a partida.
Nesta segunda-feira, o atacante ainda tentava entender como conseguiu
criar tantas chances e não aproveitá-las. Em uma delas, tinha a opção de
tocar para Bottinelli na pequena área, mas preferiu arriscar. Errou o
alvo e tomou bronca do argentino.
- Tentei de todas as formas. Em um dos lances eu chutei duas vezes e o
goleiro pegou, isso no segundo tempo. Teve também o rebote do pênalti,
que ele também defendeu. Foram várias chances criadas. Até esses dias
estávamos brincando com o Vagner (Love). Ele fez dois gols em que a bola
voltou para ele. Que isso, cara? A bola bate nele e entra. Bate na
trave e volta. Isso não acontece com a gente (risos). Vou ter que
treinar o dobro.
Diego Maurício arranca na partida contra o Friburguense (Foto: FlaImagem)
Com exceção dos gols perdidos, Diego Maurício
ficou feliz pelo desempenho apresentado. Ele não começava uma partida
desde 9 de outubro do ano passado, na vitória por 3 a 2 sobre o
Fluminense, pelo Brasileirão.
- Fiquei satisfeito por ter ajudado o time com arrancadas, jogadas
importantes. Esperava o apoio da torcida e ele veio. Nem lembro quando
foi a última vez que joguei 90 minutos. Bateu um pouco de cansaço, mas
consegui ficar em campo na raça. Espero ter outras oportunidades na
sequência da temporada. Tenho trabalhado muito para isso. Quando o gol
sair, vão ser dois, três.
O atacante não disputava um jogo completo desde 24 de abril, contra o
Fluminense, pela semifinal da Taça Rio. A partida terminou empatada por 1
a 1, e o Flamengo venceu nos pênaltis. A cobrança que classificou o
time para a decisão foi dele.
Também faz tempo que Diego não faz gol. Marcou pela última vez em maio
do ano passado, na vitória por 4 a 0 sobre o Avaí, na primeira rodada do
Brasileirão.
- Nem lembrava do última vez. Faz tempo.
Olho na lista da Libertadores
No início de 2012, o jogador ficou fora da pré-temporada por conta de
uma cirurgia de retirada das amígdalas e correção de desvio de septo.
Não entrou na lista de 25 inscritos que o ex-técnico Vanderlei
Luxemburgo fez para a Pré-Libertadores e não foi uma das três mudanças
que Joel Santana pôde fazer para a fase de grupos (entraram Marcos
González, Galhardo e Vagner Love). Em caso de classificação para as
oitavas de final, Joel poderá fazer até três alterações. Diego, por
enquanto, é só torcedor. Mas está atento.
- Estou de olho. O professor pediu para ter calma que a chance vai
pintar. Se for de acontecer a minha inscrição, espero ajudar. Estou
torcendo muito por nossa classificação. Vamos ter dois jogos muito
difíceis fora de casa pela Libertadores (Olimpia e Emelec). Espero ter a
chance de jogar esse campeonato tão importante. É estranho só jogar o
Carioca e assistir aos jogos da Libertadores no meio de semana. Mas
estou supertranquilo. A comissão técnica nova falou que conta muito
comigo. Meu ritmo não é o mesmo do grupo que fez a pré-temporada, ainda
preciso buscar o melhor condicionamento físico. Cheguei no meio do
caminho, treinei uma semana e meia e fui relacionado para o jogo contra o
Madureira. Não estava na mesma batida do grupo. Estou me condicionando,
estou bem, no peso ideal. É questão de tempo para entrar no ritmo.
Aprendizado com Vagner Love
Além da brincadeira sobre gols perdidos, Diego Maurício conta que ouve conselhos do Artilheiro do Amor.
- Ele sempre diz que a nossa obrigação é correr. A gente vê que ele se
doa em todos os jogos, dá o máximo sempre. A torcida gosta muito deles. É
um grande espelho.
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