Na primeira passagem de Vagner Love
pelo Flamengo, em 2010, um personagem foi fundamental para a sua
contratação. Na época, o então vice-presidente de futebol Marcos Braz
conseguiu o empréstimo de graça do jogador de janeiro a julho. A manobra
valeu o início de uma relação que culminou com a compra definitiva do
atacante neste ano, depois de uma longa negociação com o CSKA Moscou e
seus representantes.
Demitido em 2010 por discordar do tratamento dado a Petkovic pela
presidente Patricia Amorim e mesmo sem um cargo na diretoria, Marcos
Braz voltou a participar da negociação por Love. Antes da viagem da
comitiva para Moscou, ele se reuniu com o jogador e seus empresários na
busca por um acordo que o fizesse voltar ao Flamengo, desta vez com um
contrato longo, até o fim de 2014.
- Essa história começa em 2010, quando o Marcos Braz teve a genialidade
de trazer o Love, um jogador que tinha identidade com o Flamengo. O que
não sabíamos é que seria tão forte, presente, constante e dedicada.
Dele com a torcida e da torcida com ele. Essa é uma homenagem que não é
de hoje, e ele (Braz) ajudou agora também, pois teve essa ideia lá
atrás, que nos inspirou agora - disse Patricia, em seu discurso inicial,
apontando para Marcos Braz, que estava na plateia e também foi
mencionado pelo próprio jogador.
Na corrida por votos neste ano, quando haverá eleição no Flamengo em
dezembro, Patricia tenta fazer de Marcos Braz um aliado, com conversas
constantes no clube e fora dele. No momento, a sua intenção é concorrer
com a atual presidente pelo cargo, mas a política na Gávea dá voltas
como o futebol.
Patrícia Amorim ao lado de Vagner Love durante a apresentação (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)
Além de Marcos Braz, Patricia fez outros agradecimentos. A presidente
confirmou a tentativa de transformar Bernardo Amaral em vice-presidente
de futebol, mas por ser presidente da Assembleia Geral não poderia
ocupar o cargo. Mesmo assim, segundo a presidente, ele virou um
colaborador do departamento.
Patricia também fez questão de exaltar a participação do vice de
finanças Michel Levy na negociação. O dirigente foi a Moscou com o
jogador e seus representantes para acertar a sua saída do CSKA. No
desembarque no Rio, carregou Love pelo braço, quase como um troféu.
- O Michel Levy viajou com a missão de trazer o Love debaixo do braço e
conseguiu. Às vezes, ele é incompreendido, mas a lealdade e força que
temos são a resposta para todas as críticas. São palavras que dedico a
todos da diretoria. Erramos muito, mas o fazemos tentando acertar. Se
nosso índice de acerto é maior, está bom. O que importa é o interesse do
Flamengo - disse Patricia, que no fim ainda encontrou espaço para
lembrar seu histórico à frente do clube. - Eu me sinto feliz por ter
sido a presidente que trouxe Ronaldinho e Love.
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