No coração de Itamarati de Minas-MG, cidade de cinco mil habitantes
perto de Juiz de Fora, há uma espécie de ponto turístico, no mínimo,
diferente. O comerciante Vasco Ladeira, de 54 anos, mostra para todos,
nos letreiros da sua loja, a paixão pelo futebol com um escudo do
Flamengo acima do nome que, quis o destino, é do maior rival. A Loja do
vasco faz sucesso e é motivo de muitas brincadeiras porque o dono é
rubro-negro "desde a primeira fralda". O nome foi dado pelo pai
Woltaire, que decidiu batizar os filhos apenas com a letra "V" como
iniciais.
vasco, torcedor fanático do Flamengo, colocou escudo do clube na sua loja (Foto: Acervo Pessoal)
- Antes de mim nasceram Valterli, Vanor e Vilma. Aí meu pai, que não
tem time, decidiu pelo nome vasco. Caiu logo para o rubro-negro mais
apaixonado da família. Depois vieram Vilzete, Vilnei, Viurene e Veraldo -
conta vasco, que esbanja bom humor ao classificar o próprio nome.
- É claro que é um nome feio. Horrível! Poderia ter sido Valdir,
Vanderlei, enfim, meu pai ainda tinha opções de sobra, mas preferiu esse
nome aí - diz, aos risos.
A Loja do vasco, no centro de Itamarati de Minas, faz sucesso principalmente no carnaval.
- São muitos os turistas que pulam carnaval na praça aqui em frente e
aproveitam para tirar fotos do escudo do Flamengo na loja do vasco. Só
em Itamarati para acontecer um trem desse mesmo.
O comerciante vasco Ladeira, de 54 anos, é torcedor do Flamengo (Foto: Acervo Pessoal)
Apesar de ficar em Minas Gerais, Itamarati abraça os clubes cariocas.
São poucos os que optam por torcer pelos clubes mineiros. E a rivalidade
do futebol do Rio de Janeiro chegou com força por lá, ao ponto de vasco
Ladeira fazer um pedido curioso no momento da confecção do letreiro da
sua loja:
- O camarada teve a coragem de colocar meu nome acima do escudo do
Flamengo. Ora, como pode isso? Nunca o Fla pode ficar abaixo do vasco! -
brinca.
A camisa do Flamengo com o nome vasco também gera muitas gozações. Mas a
piada da cidade agora pega como gancho as eleições municipais do ano
que vem e a fama vascaína por ter perdido três finais para o rival nos
últimos dez anos.
- Tem muita gente dizendo que eu deveria sair candidato a vice-prefeito. Com esse nome, eu ganharia fácil - declara.
Apesar da grande paixão rubro-negra, vasco não leva fé no seu time para
o clássico deste domingo, no Engenhão, válido pela última rodada do
Campeonato Brasileiro.
- No último jogo, contra o Inter, mesmo com a vitória, cheguei a uns
200 batimentos cardíacos por minuto. Esse time está me deixando louco,
está muito ruim. Por isso, acho que o vasco leva essa.
Seja qual for o resultado neste domingo, pelo menos um vasco sairá feliz.
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