A verde e rosa se vestiu de vermelho e preto para fazer de sua quadra
um verdadeiro Maracanã. Com a presença de jogadores campeões mundiais em
1981 pelo clube rubro-negro e de muitos torcedores rubro-negros, a
Mangueira, uma das mais tradicionais e populares escolas de samba do Rio
de Janeiro, prestou na noite desta terça-feira mais uma homenagem aos
heróis de 30 anos atrás. Com cânticos da época e alguns mais atuais, a
torcida ovacionou especialmente Andrade, com gritos de "hexacampeão,
hexacampeão".
Júlio
César Uri Geller, Peu, Marinho, Rondinelli, Nei Dias, Lico e Adílio na
festa para o Flamengo na Mangueira pela conquista do Mundial Interclubes
de 1981 (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
No entanto, ele não foi o único, quando um a um foi chamado ao palco
para receber num quadro uma camisa branca com o número 81 às costas.
Entre os mais saudados estiveram Adílio, que teve seu nome gritado em
coro; Rondinelli, "deus da raça, deus da raça"; Júlio Cesar Uri Geller e
até o folclórico Peu, que foi recebido com um coro bem-humorado, criado
na hora: "Ih, f... o Peu apareceu, oi".
Além destes também compareceram Marinho, Lico, Nei Dias, Carlos Alberto
e Chiquinho. Alguns destes não estiveram em Tóquio, mas participaram de
grandes conquistas rubro-negras anteriores que ajudaram a formar o time
que derrotou o Liverpool, da Inglaterra, por 3 a 0, em Tóquio, no dia
13 de dezembro de 1981. Rondinelli e Júlio César, por exemplo, não
fizeram parte do grupo que foi ao Japão, mas eram titulares da equipe
que ganhou o primeiro título brasileiro para o clube, em 1980, conquista
que levou o time carioca pela primeira vez a uma Libertadores, a de
1981. O ex-zagueiro chegou a jogar algumas das primeiras partidas da
Libertadores vencida pelo Fla.
Antes de os jogadores subirem ao palco, a presidente do Flamengo,
Patricia Amorim, que era nadadora do clube na época áurea do futebol
rubro-negro, discursou:
- Uma geração igual a essa nunca mais vai voltar. Nunca vai ter outra
igual, tão identificada com o clube. O que a gente pode tentar é fzar
outras vitoriosas.
Quadra da Mangueira lotada de flamenguistas (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
Os cantos de "ò meu Mengão eu gosto de você...", e "Domingo, eu vou ao
Maracanã, vou torcer pro time que sou fã", muito entoados nos fim dos
anos 70 e início dos 80, se misturaram a outros entoados pelos mais
jovens nos jogos do time. No fim, a bateria da Mangueira fez a festa
avançar pela madrugada de quarta.
Presidente aponta falta de identificação com o clube no futebol
Patricia Amorim chegou à Mangueira vestida com uma camisa estilizada do
Fla com as cores da escola de samba, mas disse que apesar da simpatia
imensa pela verde e rosa torce mesmo para a Acadêmicos da Rocinha.
Porém, é na identificação com as cores rubro-negras que a dirigente
apontou um dos maiores problemas do futebol atual, ao falar dos atletas
de 81:
- A gente quer formar uma geração com DNA rubro-negro, está faltando
muito isso no clube. Tem compromisso, mas não tem a cumplicidade. A
entrega só vem com o jogador que é formado na Gávea e no CT, e temos de
contar com ele para que contagie os que vierem de fora.
Ao comentar sobre as homenagens aos campeões de 81, a presidente acabou fazendo um agradecimento:
- Esta homenagem é por tudo o que eles representaram. Se eu hoje estou
na Presidência do Flamengo também devo muito a eles. Nos anos 80 o clube
respirava conquistas, e o futebol passava isso para os outros esportes.
Nei Dias, Andrade, Marinho e Adílio no palco (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
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