O Flamengo será o principal centro de treinamento da delegação dos
Estados Unidos nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Nesta quinta-feira, o clube
e o Comitê Olímpico Norte-Americano assinaram a carta de intenções que
estabelece a utilização das instações da Gávea pelas equipes olímpicas e
paralímpicas daquele país durante as competições. A parceria também
abre a possibilidade de intercâmbios e clínicas até o início do evento. A
equipe de natação rubro-negra, por exemplo, embarca em fevereiro para
lá e fará a primeira experiência.
A presidente Patricia Amorim, o diretor de eventos internacionais do
Comitê Norte-Americano, Doug Ingram, e o diretor executivo da agência
que representa o comitê no Brasil, Pedro Rego Monteiro, concederam
entrevista coletiva na sede do clube.
Doug Ingram esteve ao lado de Patricia no anúncio oficial (Foto: Richard Souza / GLOBOESPORTE.COM)
Pela utilização do espaço, os norte-americanos vão investir no Flamengo
US$ 400 mil (R$ 743 milhões) em melhorias estruturais na sede. Serão
priorizadas obras de acessibilidade nos ginásios, salas de musculação e
equipamentos para receber os atletas dos mais variados esportes
praticados no clube.
- Não significa só um aporte financeiro, mas a possibiliadde de
intecâmbio com equipes americanas. É uma oportunidade única e exclusiva
do Flamengo. O que mais poderíamos querer? O campeão de medalhas de ouro
em sucessivos Jogos Olímpicos estará aqui. Estou realmente muito
emocionada, é um sonho realizado. Espero que nossos atletas, nossos
dirigentes, possam usufruir. O Flamengo parte para o próximo cicloolímpico, o de 2016, com possibilidade enorme de sucesso no futuro. É
uma medalha de ouro para nós, um momento histórico mesmo. Quando o
Flamengo celebra essa parceria, entra para o grupo dos clubes
diferenciados – disse Patricia Amorim.
A mandatária reconhece que a estrutura atual depende de muitos reparos e modernização. O caminho será longo.
- Nossas instalações são péssimas, apesar de terem melhorado bastante.
Um esforço grande tem sido feito pelo clube sozinho, e com dificuldade,
na melhoria das instalações. Conseguimos melhorar o ginásio de basquete,
por exemplo. Temos projetos de construir outra arena, mas é mais
adiante. A piscina não posso considerar que nós temos, de tão antiga,
tão ultrapassada. Nossas instalações são antigas e defasadas
tecnicamente. Quando se mexe numa estrutura dessa, envolve
infraestrutura, há muita coisa para fazer. O valor ajuda, mas o clube
tem rubricas orçamentárias para andar também. Em janeiro, vamos receber
US$ 100 mil do comitê e já vai ajudar nas reformas.
Do valor total, 90% serão aplicados na estrutura da sede, e o restante
destinado às equipes de esportes olímpicos do clube. A fatia da verba
será usada em despesas com viagens, hospedagens e alimentação.
Outro tema abordado na entrevista foi segurança. Segundo Doug Ingram, o
Comitê Norte-Americano está tranquilo sobre a questão e confia no
empenho do clube e das autoridades brasileiras durante a realização dos
Jogos.
- Temos muita confiança na parceria. Um dos principais fatores para a
escolha do Flamengo foi o compromisso que notamos no clube desde o
começo com o patrimônio, com as melhorias que estão sendo feitas. A
segurança foi um assuntro tratado desde o começo, há um ano e meio, um
ponto de atenção do Comitê Olímpico Norte-Americano. Esse ano foram três
visitas, estive várias vezes aqui antes do Pan (de 2007), durante o
Pan. Sei que o Brasil tem tratado a segurança de forma séria e isso vai
funcionar nos Jogos Olímpicos. Estados Unidos e Brasil têm um
relacionamento excelente. Será uma competição segura para atletas de
todo o mundo – comentou.
Em março, a Gávea foi escolhida para o pouso e decolagem dos
helicópteros da comitiva americana durante visita ao Rio. Na ocasião,
Patricia Amorim entregou uma camisa do Flamengo ao presidente Barack
Obama.
Alguns atletas do clube, como as ginastas Jade Barbosa e Daniele
Hypolito, a remadora Fabiane Beltrame e o ala-armador do time de
basquete rubro-negro Marcelinho Machado, presenciaram a assinatura da
carta de intenções e aprovaram a parceria.
- O principal é ter contato com os melhores do mundo, saber como eles
se preparam. Isso dá a ideia de como precisamos aprimorar nossas
habilidades e evoluir - disse Marcelinho.
Enquanto receber os atletas norte-americanos, a sede do Flamengo não
ficará fechada para sócios. A utilização das dependências não será
exclusiva.
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