Aos 24 anos, Paulo Victor saiu de Assis, interior de São Paulo, rumou à
cidade grande. E parou no Flamengo, onde está há sete anos, sendo cinco
e meio como profissional. O jogador, que admite ser um caipirão, não se
assustou com a mudança radical de vida. Assim como não teme ser goleiro
do Rubro-Negro. Quinta-feira, diante do Figueirense, no Engenhão, ele
será titular pela terceira vez nesse Brasileirão. Felipe, suspenso, está
fora. Diante de Fluminense e Cruzeiro, Paulo soube que jogaria em cima
da hora por conta de problemas com o camisa 1. Mas saber que vai atuar
com alguns dias de antecedência parece não fazer diferença.
Paulo Victor foi titular na partida contra o Cruzeiro (Foto: Fábio Castro / Agência Estado)
- Como sempre digo, não trabalho para ser o segundo goleiro, mas sim o
primeiro. Quero ser o primeiro. Encaro da mesma maneira saber que vou
jogar com antecedência. Meu pai foi jogador, sempre disse que eu tenho
que fazer o que sei dentro de campo. Por isso, fico tranquilo, seguro.
Trabalho para isso – afirmou Paulo Victor.
O pai tinha uma posição que confronta diretamente com a de goleiro.
Vidotti foi atacante com passagens por grandes clubes, entre eles o
Corinthians na década de 80. Foi dele o décimo gol na maior goleada da
história do Campeonato Brasileiro, quando o Timão fez 10 a 1 no
Tiradentes, em 1983.
Ao contrário do pai, que tinha que fazer gols, Paulo Victor precisa
evitá-los. Diferentemente dos jogadores de linha, que mesmo na reserva
estão sempre atuando, o segundo goleiro fica ainda mais em foco quando
aparece uma oportunidade.
- Goleiro usa uniforme diferente, é o único que pode usar as mãos e a
visão está sempre em cima da gente. O goleiro tem que ter um
diferencial. Trabalho para melhorar o que eu acho que ainda preciso, mas
tenho boa reposição, saída de gol. O Cantarelle (ex-goleiro do Flamengo
e hoje preparador) é muito importante nos treinamentos. Gosto de
conviver com a responsabilidade, isso traz maior maturidade – destacou.
Nas suas declarações, Paulo Victor demonstra personalidade e extrema autoconfiança. Mas também pés no chão.
- Tenho que ir passo a passo, ter persistência. Já fui quarto goleiro, hoje sou o segundo.
Ele não entendeu as declarações de Deivid, que depois da derrota para o
Coritiba disse que o time tem levado gols sempre da mesma forma, como
crítica ao setor defensivo.
- Não entendi dessa forma, que o Deivid tenha colocado culpa na zaga.
Ele disse apenas que não podemos sofrer gols. Acho que nossos zagueiros
estão entre os melhores do Brasil.
Paulo Victor tem total confiança por parte de Vanderlei Luxemburgo.
Fora de campo, ele diz que ainda prefere o clima de interior ao da
cidade grande. E admite:
- Sou muito caipirão, gosto de sertanejo, não vejo a hora de chegar as
férias para ficar com meus amigos de Assis. Ainda prefiro o interior do
que a cidade grande.
O goleiro destacou ainda a importância do jogo contra o Figueirense.
- Vamos enfrentar um adversário direto, que tem um time de qualidade e
um grande treinador (Jorginho).
Temos que saber encarar e vencer para
voltar ao G-5 – disse.
Caipirão, Paulo Victor veio para no Rio. E para o Flamengo. Tanto em um
como no outro, ele logo soube que é preciso agarrar as oportunidades – e
a bola – para vencer na cidade grande.
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