Uma indisposição na noite de sábado impediu que a presidente do
Flamengo, Patricia Amorim, fosse ao jogo contra o Atlético-PR, domingo,
em Macaé. Do Rio, a mandatária assistiu à quarta derrota seguida do time
no Campeonato Brasileiro, por 2 a 1.
O Rubro-Negro não vence há oito rodadas, parou nos 36 pontos, caiu para
o sexto lugar e está fora da zona de classificação da Libertadores da
América. A equipe que já foi líder do campeonato e a mais bem
classificada entre os cariocas viu o cenário mudar por completo. Hoje,
Vasco, Botafogo e Fluminense estão à frente.
O time de Vanderlei Luxemburgo tem o pior aproveitamento do returno. Em quatro partidas, não conquistou um ponto sequer.
Antes de perder para o Furacão, fora derrotado por Corinthians, Bahia e
Avaí. O técnico não pretende desistir do projeto e considera as
críticas normais.
- Gostaria que o futebol fosse diferente, mas é a mesmice. Existe um
projeto, um planejamento, um objetivo. Aí começam a dizer que o
Luxemburgo pode estar de saco cheio, que a Patricia (Amorim) vai mandar
embora. Tem que botar a bola para dentro, tem que trabalhar. O Abelão
(Abel Braga, técnico do Fluminense) estava lá, contestado, e as quatro
vitórias mudaram a história. O Tite (técnico do Corinthians) está lá, na
liderança, e vive um momento complicado. Isso faz parte, só que é a
mesmice do futebol - disse Vanderlei Luxemburgo após a quarta derrota
consecutiva do Flamengo.
O treinador conta com o respaldo da presidente. Patricia Amorim
reconhece que a fase é “muito complicada, delicada e bem ruim”, mas
garante a sequência do treinador.
- Eu gosto do trabalho do Vanderlei, gosto muito. Tivemos resultados
muitos bons este ano, a situação do ano passado foi muito difícil, era
um desafio difícil, e ele topou. Esse ano demos uma grande virada, os
jogadores, a comissão técnica. Temos que estar fechados na hora boa e na
hora ruim. Vamos passar por essa dificuldade todos juntos. Não há
nenhum tipo de situação constrangedora com jogador, técnico, diretoria.
Ainda estamos com foco de classificação para a Libertadores, confiamos
nele – disse, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.
O time volta a jogar no próximo domingo, contra o Botafogo, às 16h, no
Engenhão. A mandatária quer aproveitar a semana cheia de trabalho para
estar mais próxima do grupo.
- Li a entrevista do Renato Abreu dizendo que ainda temos 15 jogos pela
frente e é por aí. Cada time com a sua história, uns crescem num
momento, outros caem. É um negócio meio complicado. Minha posição é
firme, sou firme. Boto a cara a tapa, participo. Ligo para todo mundo,
falo com o Vanderlei, com o Ronaldo, Isaías (Tinoco, gerente de
futebol), Veloso (Luiz Augusto, diretor de futebol), falo com a
assessoria, mando recado, msn. O que a gente vai procurar fazer essa
semana, em que vamos ter um pouquinho mais de tempo, é passar para eles
essa confiança. Estou fechada com eles, principalmetne nos momentos
ruins. Jogar pedra é coisa de torcida, é uma coisa apaixonada demais. O
momento é delicado, muito delicado, difícil, mas vamos superar juntos.
Ronaldinho Gaúcho não teve boa atuação contra o Atlético-PR, em Macaé (Foto: Ag. Estado)
Nas conversas, ela ainda não conseguiu identificar a razão da má fase.
Patricia diz que não há qualquer tipo de problema de relacionamento e
que o ambiente é bom. O próximo passo é achar o foco da crise.
- Estamos analisando tudo. Quando tem uma sensação de que a balança
desequilibrou, mais falhas que virtudes, aí tudo bem. Mas não tem isso.
Tem um momento ruim, bem ruim, conturbado, mas vamos passar. Garanto que
não há nenhum problema no ambiente. Se tivesse um foco, teríamos como
resolver. Não tem. Ano passado, estivemos num momento bem enrolado, mas
não tem nenhum foco de briga, de indisciplina, de insatisfação. Está
difícil, desconfortável, mas ano passado estávamos numa situação pior,
beirando a zona de rebaixamento. Hoje, estamos perto dos líderes.
A presidente também analisou a qualidade do plantel. Para ela, o grupo pode reagir.
- O Flamengo tem elenco para dar uma despertada. É bom. Não está
rendendo o que pode, mas tem qualidades individuais e conjuntas. Temos
no papel um time bom. Não está correspondendo nessas oito rodadas, mas
temos. Temos de trabalhar a parte física, técnica, psicológica. Tudo.
Talvez seja por aí. Não tem nada no ambiente que indique desgaste, nada.
Se tivesse, seria mais fácil resolver. É hora de muita responsabilidade
e concentração. Ao longo da semana, vou participar mais. Temos de
descobrir onde estamos falhando. Às vezes, um jogador não está bem e
outros conseguem se destacar. Mas todos estão abaixo das suas
qualidades. É isso que precisamos retomar. E a sorte ajudar também.
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