Em dias de crise, o Flamengo lança nova embalagem para o produto
futebol, que anda em baixa e não vence há nove rodadas, recorde negativo
do clube em toda história do Campeonato Brasileiro. Nesta
segunda-feira, dia seguinte ao empate por 1 a 1 com o Botafogo, o clube
apresentou em sua loja oficial, na Gávea, a terceira camisa em clima
nada festivo. Antes de o desfile começar, o sócio proprietário e
torcedor José Carlos Peruano agrediu, pelas costas, o blogueiro do GLOBOESPORTE.COM, publicitário e conselheiro do clube, Arthur Muhlenberg. Os seguranças precisaram intervir.
Adílio, Léo Moura, Adryan e Nunes apresentam o novo uniforme rubro-negro (Foto: Janir Junior / GLOBOESPORTE.COM)
A fornecedora de material esportivo do clube escolheu como modelos o
lateral-direito Léo Moura e o meia Adryan, uma das promessas do
Rubro-Negro, e os ex-jogadores Adílio e Nunes. A presidente Patricia
Amorim participou do evento. O diretor de futebol Luiz Augusto Veloso, criticado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo na véspera, também compareceu, assim como o vice de marketing, Henrique Brandão.
A terceira camisa é predominantemente preta, com uma faixa vermelha na
altura do peito e o número vermelho. O time deve estreá-la na próxima
fase da Copa Sul-Americana, contra Universidad de Chile ou Nacional-URU,
nas oitavas de final. O calção e o meião também são negros e trazem
detalhes em vermelho. A nova coleção de moda casual foi apresentada. O
livro “Sempre Flamengo”, com a história das principais conquistas do
clube nos últimos 30 anos, incluindo o Mundial Interclubes, também foi
lançado. Ele foi produzido em duas versões: português e inglês. Há ainda
uma versão interativa para uso em iPad.
Algumas curiosidades marcaram o evento: o primeiro depoimento do vídeo
de apresentação do livro, produzido pela fornecedora de material
esportivo, foi do vascaíno ilustre Sérgio Cabral. Zico, que anda desgostoso com o clube do coração,
também relata momentos marcantes da geração de 81, a mais vitoriosa da
história do Flamengo, assim como outros ídolos rubro-negros: Junior,
Adílio, Rondinelli e Uri Geller. O técnico Cláudio Coutinho, "patriarca"
daquela equipe e que faleceu pouco antes do título no Japão, foi
homenageado.
Também foi exibido um depoimento emocionado de Mário Jorge Lobo
Zagallo, técnico do time tricampeao carioca de 2001, decidido com o
inesquecível gol de falta de Petkovic. Logo depois, Patricia Amorim
subiu ao palco e recebeu o primeiro exemplar do livro.
- Quero agradecer ao Flamengo por esses capítulos de nossas vidas. Aos
que sofrem, que torcem, aos que trabalham, aos que elogiam e aos que
criticam - disse a mandatária.
A apresentação pomposa em nada combina com o momento difícil e
conturbado dentro e fora de campo. No palco por onde os modelos
desfilaram a roupa nova, estavam as taças da Taça Libertadores e do
Mundial de 81. Glórias que, pelo menos por enquanto, parecem um pouco
mais distantes da geração comandada por Ronaldinho Gaúcho.
O time é o sexto na tabela, com 37 pontos. O próximo adversário é o
Atlético-MG, nesta quarta-feira, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário