A licitação da TV aberta do Campeonato Brasileiro subiu no telhado. A Globo sinalizou que não vai participar da concorrência por não concordar com o formato. Sem a emissora, a Record deverá fazer uma proposta bem mais baixa. O contrato da TV aberta é o de maior valor dos oito produtos que o C13 pretende negociar para o triênio 2012-14.
A Globo não gosta do formato de envelope fechado porque o considera uma “loteria”. Por esse método cada um faz sua proposta sem saber as dos outros. Pode tanto pagar demais pela vitória, quanto sofrer um revés por uma diferença mínima. Com leilões, o problema não existe.
Se a negociação for por fora do Clube dos 13, nem é preciso concorrência. Outro motivo de irritação da Globo é que a chegada de Ataíde Gil Guerreiro ao Clube dos 13 tirou da emissora a posição de comandante das negociações para a renovação do contrato dos direitos de TV.
Durante mais de uma década, era o diretor da Globo Esporte, Marcelo Campos Pinto, que sinalizava quanto a Globo poderia pagar. Sem concorrência, o Clube dos 13 aceitava quase sem reclamar.
Se a licitação do Clube dos 13 melar de fato e a Globo conseguir reter os direitos de TV do Brasileiro, a emissora deve recolocar na mesa sua agenda para o futebol brasileiro. Um dos pontos mais caros para a emissora é a volta do mata-mata no Brasileiro, que vigorou até 2002.
Para a emissora, o formato antigo é muito mais lucrativo. Na época do mata-mata, a emissora chegava a alcançar 40 pontos nas finais. Com os pontos corridos, a média não tem sido superior a 26 pontos.
A lógica dos pontos corridos é que os clubes se mantenham em atividade em todas as rodadas. Mas, para os interesses da Globo, é melhor um grande jogo do que dez medianos.
Com a palavra Marcelo Damato, colunista do L!
A rebelião dos clubes do Rio e do Corinthians contra o C13 tem o dedo da Rede Globo. A emissora sinalizou que daria condições vantajosas a Flamengo e corinthians, para atrair para seu lado os clubes de maior torcida do Brasil.
Dessa maneira, atendeu às pretensões desses clubes de receber um tratamento diferenciado.
Não está claro se essas condições envolvem dinheiro vivo, espaço de mídia para a promoção desse clubes ou ambos.
Os clubes do Rio, para terem melhores condições de negociação, decidiram aderir logo ao movimento.
Calcularam que teriam mais a ganhar do que a perder. A decisão, anteontem na casa de Hélio Ferraz, foi tomada, nas palavras de um dirigen-te, “a toque de caixa”. O Flamengo, como de hábito no estado, foi o líder do movimento.
Com a adesão do Coritiba, do Paraná, ontem à noite, iniciouse uma nova fase do movimento, da adesão dos clubes médios e de grandes indecisos. A meta é reunir ao menos dez clubes.
O Palmeiras pode ser mais um a aderir, mas a estratégia de Arnaldo Tirone é a oposta: em vez de pensar no dinheiro que pode ganhar, ele tenta evitar desgaste político por apostar no cavalo errado.
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