Zico apoia o projeto 'Tijolinho', mas admite que ele é para poucos

Mesmo fora da política do Flamengo, Zico voltou a apoiar o projeto 'Tijolinhos', que busca a adesão de torcedores para ajudar na construção de um Centro de Treinamentos para o clube. Nesta terça-feira, o eterno ídolo e ex-diretor de futebol do Rubro-Negro escreveu em seu site sobre sua participação na campanha.

Na nota, Zico ressaltou confiar nas "pessoas de bem" envolvidas no projeto, mas admitiu que, com o alto custo, a grande maioria dos torcedores não poderá participar.

Na campanha 'Tijolinho', ao preço de R$ 250, os torcedores podem comprar um tijolo com seu nome gravado.

Confira a nota de Zico na íntegra

"Desde que deixei a diretoria executiva de futebol do Flamengo, eu tenho refletido bastante sobre erros, acertos, decisões que tomei e até mesmo o aprendizado valioso que tive ao encarar o desafio. Mas, excluída qualquer questão política, acho importante destacar que o Flamengo sempre deve estar acima de tudo. E a Conexão ZNR desta semana é sobre a campanha dos tijolinhos, que começou na semana passada para ajudar na construção do CT em Vargem Grande.

Li muitas opiniões de rubro-negros se mostrando contrários ao projeto em função da atual diretoria. Muita gente me pedindo para não dar meu aval. Recebi centenas de e-mails, mensagens de twitter, facebook e fui abordado na rua. E obviamente tive que considerar a hipótese do uso do projeto não se reverter para o CT. Para aceitar participar, fiz questão de entender como seria essa destinação de recursos e tenho convicção de que rubro-negros de bem estão envolvidos nisso dentro do clube. Isso independe de posição política.

Na véspera do lançamento do projeto eu gravei a minha participação. O Flamengo separou o tijolo numero 10 para mim, mas fiz questão de comprar 20 unidades e colocar os nomes de meus pais e de todos os membros da família. Fiz isso porque acho realmente que todos que podem devem colaborar.

Concordo que esse projeto de tijolinhos não vai resolver o problema do CT e não envolve a massa dos torcedores do Flamengo. O custo de cada tijolo é alto e, por isso, tem uma quantidade limitada. Ou seja, esse é um projeto que parte pequena dos torcedores pode aderir.

No período em que estive no clube, eu encaminhei diversos outros projetos que são mais voltados para a torcida, aquela multidão que está sempre presente nos estádios, os milhões que estão espalhados por todos os cantos do país. E até em lugares remotos do mundo!

Decidi fazer a coluna explicando melhor a minha participação na campanha porque não quero que meu envolvimento seja encarado de maneira política. Li termos como “reconciliação” como se em algum momento eu tivesse brigado com a instituição. Minha divergência é com pessoas, decisões e processos, mas jamais com o meu clube de coração.

Quem me acompanha sabe que participei de projetos e campanhas em todas as diretorias, sempre que achei que era bom para o Flamengo. E nunca vai ser diferente disso. Como disse no início da coluna, o Flamengo precisa estar acima das divergências, interesses políticos e projetos pessoais. O clube é muito maior do que tudo isso. Torço para o projeto ser bem sucedido e que seja fiscalizado atentamente para garantir a destinação dos recursos. E que outros projetos venham para termos o mais breve possível um Centro de Treinamento fundamental ao futuro rubro-negro".