“Pago salário e faço a minha parte”. A frase de Patrícia Amorim não caiu bem no elenco do Flamengo. Se na entrevista coletiva Renato tratou de incluir a presidente no barco que navega na tormenta contra o rebaixamento, internamente a declaração teve ainda mais reprovação.
Tudo porque a política financeira do clube não vai tão bem quanto é alardeado. Há um foco crescente de insatisfação no elenco por causa do pagamento de luvas de renovações contratuais e contratações. Renato, Diogo, Deivid, Val Baiano, Willians são alguns dos que têm parcelas – de valor elevado - atrasadas.
O próprio pagamento dos ordenados incomoda. Enquanto em empresas o dinheiro é depositado até o quinto dia útil do mês, no Flamengo havia um acordo antigo para quita-los até o dia 25. Entretanto, na gestão de Patrícia o prazo foi ampliado para o dia 30.
A situação salarial se mantém porque há a uma linha de crédito implantada em 2009. O ex-vice de finanças José Carlos Dias foi o mentor da ideia que criou o antídoto contra salários atrasados. O clube tem um fundo exclusivo para efetuar os pagamentos de funcionários e jogadores. A conta tem limite de R$ 7,5 milhões e só engloba os salários pagos em regime de CLT, excluindo atletas que recebem extra em direito de imagem.
Para evitar que haja sobrecarga no "cheque especial", o Flamengo criou mecanismos para não estourá-la. Algumas receitas anuais são depositadas diretamente na conta para quitar o débito. Os juros são normais de mercado.
- Está tudo funcionando direitinho, como imaginamos quando a ideia foi à votação no Conselho - disse José Carlos Dias.
Os funcionários, por outro lado, reclamam que o clube não ofereceu o reajuste anual da categoria. A sugestão era de aumento de 8%, mas o Flamengo não aceitou e tampouco entrou em acordo para evitar demissões.
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