Os principais motivos para o pedido de demissão de Zico no Flamengo foram a denúncia de que os seus filhos estariam envolvidos em transferências de jogadores para o Fla e também a parceria do Rubro-Negro com o CFZ. Bruno Coimbra, que hoje preside o clube fundado por Zico, se manifestou nesta sexta-feira sobre o episódio.
Ele lamentou a forma como tudo aconteceu e respondeu ao presidente do conselho fiscal do Flamengo, Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo, responsável pelas principais críticas ao trabalho de Zico.
- Esse fanfarrão desse Léo, quando fala, são coisas premeditadas, já dadas. Ele vai guiado a falar sobre isso - disse Bruno Coimbra, em entrevista à "Rádio Brasil".
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Trabalho de Zico no Fla
"Lá de casa eu sou o mais flamenguista. O único que sempre quis que ele tivesse algo no Flamengo era eu. Mas da forma como foi, fiquei meio assustado pelo momento. No meio de uma competição, não ia pegar o trabalho no começo. Achei muito legal, mas fiquei meio com o pé atrás pela forma, pois conhecemos o Flamengo. O futebol não tem autonomia, não é separado. Sabemos como é a política. A única forma de dar certo era dar autonomia e respaldo. Há pessoas que pensam apenas nos seus interesses e não no Flamengo. Ele acabou dando murro em ponta de faca, porque, por mais que quisesse fazer, parava. Lá tudo é política. Eu achava que ele tinha condições de fazer um bom trabalho, mas da forma certa. Infelizmente não foi possível".
Falta de autonomia
"Ele tinha o poder de tomar algumas decisões, mas as coisas mais importantes sempre dependiam de outras. Fica difícil trabalhar assim. É diferente do exemplo que temos no CFZ. Você toma as decisões, define tudo e arca com as responsabilidades. Para você tomar conta do futebol precisa ter controle de muitas coisas. Mas isso não tem lá e nem vai ter. Com o Júnior também foi assim, tomaram decisões passando por cima dele. Isso não chegou a acontecer com meu pai, mas faltou respaldo e blindagem. Falaram absurdos. Há pessoas que ficam o dia inteiro no Flamengo, não fazem nada da vida, mas tem gente que banca. Quem perde com isso é o clube. Vemos isso na resposta da torcida, que diz que vai fazer manifestação. O maior prejudicado é o clube".
Relação com a torcida
"Meu pai tem uma relação boa com a torcida. A conversa no vestiário foi para dar apoio. As insinuações sobre caráter e honestidade pegaram. Uma coisa é questionar contratação, vindo do Borja. Mas é inadmissível duvidar do caráter dele. Em vez de criticar o lado profissional, estavam atacado o lado pessoal, os filhos, a honestidade. Eram coisas completamente absurdas e que o desmotivaram muito. A torcida sempre esteve ao lado dele".
Premeditação das ações do Capitão Léo
"Lógico. Esse fanfarrão desse Léo, quando fala, são coisas premeditadas, já dadas. Ele vai guiado a falar sobre isso. Quanta gente passou pelo Flamengo que, se fizessem essa fiscalização que ele está anunciando, não ia nunca mais poder passar na Gávea. Agora vai ser a hora que vão tirar o seu da reta, porque o meu pai vai até o fim e mostrar que não tem medo de nada. Tudo o que ele fez, incluindo os contratos, está aí para qualquer um ver.
"A instituição Flamengo está muito acima dessas pessoas. De cabeça quente falamos algumas coisas. Não é isso que vai abalar. É claro que, quando falar algo que envolva ele com o Flamengo, fica difícil ter qualquer vínculo com o trabalho, mas em termos de amor pelo Flamengo, está acima disso. O que um representa para o outro... A vida continua. Daqui a pouco estamos torcendo de novo. Ninguém vai deixar de torcer por isso. Vamos dar uma moderada, mas seremos Flamengo até morrer".
Lições com tudo que aconteceu
"O sentimento dele é de satisfação porque o neto nasceu ontem e trouxe alegria para a família. O pensamento dele está com isso. É o que mais importante para ele e para a gente no momento. Não temos que ficar falando sobre o que aconteceu. É bola para frente. Ele está com semblante mais aliviado porque não tem mais que atender telefone e falar sobre coisas que não têm cabimento. Ficamos felizes pelo apoio da torcida e dos profissionais do futebol. Tomara que, com isso, algumas pessoas aprendam lições".
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