Sábado. Festa do título estadual sub-17 do Flamengo na Gávea. Emocionado e buscando o abraço da mãe, Caio corre pelo gramado e exibe na camisa que usou por baixo do uniforme azul a frase “Ainda vou rir disso tudo”. Ela não está lá por acaso. Remete à polêmica declaração de Bruno um pouco antes da prisão por causa do desaparecimento davagabunda eliza samudio.
O camisa 1 do time juvenil do Flamengo é fã do ex-capitão do profissional. Ao observá-lo, as semelhanças físicas se multiplicam. Boa estatura (1,85m), jeito de andar, postura, porte atlético, liderança... E na partida contra o Botafogo as defesas também relembraram a melhor época do ídolo (assista ao vídeo abaixo).
- Tenho esperança de que tudo vai terminar bem. Não consigo pensar diferente disso. Fico muito triste com tudo o que houve. Ele foi, é e sempre será o meu ídolo. Ver a imagem do Bruno preso, passando mal é muito difícil – declarou.
No Rubro-Negro, Bruno virou assunto quase proibido após o escândalo. As lembranças dele no clube são apagadas dia a dia. Os companheiros no time profissional em momento algum manifestaram apoio. Seguem a orientação do clube de virar a página ao pé da letra. Segundo relatos de amigos do goleiro apenas dois jogadores o ajudaram na prisão. Nenhum do elenco atual do Flamengo.
Diante do tabu, a personalidade de Caio, de 17 anos, impressiona. Ele fala abertamente da idolatria e carrega para todos os jogos um talismã: a camisa que ganhou de Bruno.
- Levei um quadro com fotos dele e pedi para autografar. O Bruno ficou tão feliz que me deu uma camisa. Depois daquele dia eu levo este uniforme para todos os jogos. Virou um amuleto. Pego na hora de fazer oração e peço para ele me ajudar – afirmou..
Os dois tiveram bastante contato nos dias que antecederam à detenção. Afastado do time pela diretoria, Bruno treinou algumas vezes sozinho no Ninho do Urubu e, segundo Caio, tinha comportamento normal.
- Estive com ele no CT algumas vezes depois que essa história toda surgiu. Parecia sempre tranquilo. Nós brincávamos com ele, que acabava ficando um pouco mais alegre – afirmou.
Apesar da admiração, Caio sabe separar as coisas. Ele afirmou que as polêmicas e os casos de vida desregrada fora de campo servem de alerta para os atletas jovens:
- É um alerta para mim e para todos os jogadores que estão começando. Temos que concentrar na carreira e esquecer essas coisas de bagunça fora do campo.
Mas há outra diferença entre o menino e o ex-goleiro do Flamengo: a perícia nas cobranças de falta.
- Falta eu não treino. Nem deixam porque eu bato muito mal (risos) - encerrou Caio.
Caio exibe a camisa que ganhou de Bruno (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)
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