- A CBF quer entregar um troféu que não é dela. A Caixa pagou por isso, contratou o artista plástico Maurício Salgueiro em 1975. O troféu se chama "Taça Caixa Econômica Federal". Então nossa ideia é que a CBF indique uma data para que entreguemos o troféu ao São Paulo - disse Clauir Luiz Santos.
Clauir refutou as acusações de ter um projeto pessoal.
- Não esperava isso da CBF. Ninguém da CBF nunca me procurou. É uma polêmica boba. Queremos que isso termine logo. A Confederação Brasileira de Futebol deve indicar quem é o campeão para que façamos a cerimônia de entrega. Não adianta requisitar. A taça não é deles - disse.
A divergência entre a Confederação Brasileira de Futebol e a Caixa Econômica Federal, que guarda a taça há 18 anos em um cofre localizado em sua sede no Centro do Rio de Janeiro, ficou evidente hoje, depois que o colunista Ancelmo Góis, de O GLOBO, publicou uma nota que dizia que a CBF suspeitava do sumiço da taça. A CEF reagiu divulgando uma fotografia da taça com a data de hoje. A CBF então expôs as vísceras do problema, ao divulgar uma nota oficial em seu site com quatro documentos anexados em que pedia a entrega do troféu - culminando com o último deles, que dizia que a taça não tinha sido entregue porque "o superintendente de marketing da Caixa, Clauir Luiz Santos, tinha um projeto pessoal de marketing para esta entrega" (veja destaque abaixo).
A CBF afirmou ainda que vem tentando retirar o troféu da sede carioca do banco desde abril deste ano. No dia 13 de abril, ofício assinado pelo secretário-geral, Marco Antônio Teixeira, solicitando a devolução, foi, segundo a CBF, recusado pela Caixa, que exigia um documento do presidente Ricardo Teixeira. Um novo pedido, assinado por Teixeira, com a mesma data, foi recebido pelo banco. Mas a Caixa teria exigido, então, que a assinatura fosse reconhecida em cartório. O que foi feito em 7 de maio e registrado na Caixa três dias depois.
Em carta do dia 29 de julho, Amilar Fernandes Alves afirmou ter sido informado pelo superintendente regional da Caixa, identificado apenas como "Sr. Plínio", que o superintendente geral de marketing do banco, Clauir Luiz Santos, teria o citado "projeto pessoal" para realizar a entrega do troféu e que se recusava a emitir um parecer de devolução.
A taça está de posse da Caixa Econômica Federal desde 1992, ano em que o Flamengo foi campeão brasileiro. O clube considera aquele seu quinto título nacional, mas a CBF não reconhece a conquista da Copa União de 1987. A polêmica voltou à tona em 2007, ano em que o São Paulo conquistou o Brasileiro pela quinta vez. Em 2010, Ricardo Teixeira bateu o martelo: com base em avaliação de uma comissão jurídica, decidiu que o São Paulo foi o primeiro clube a conquistar oficialmente o penta brasileiro e, dessa forma, teria direito a receber o troféu. A diretoria do Flamengo tenta mudar a decisão. Hoje, no meio da fervura, Clauir Santos disse que, no passado, a CBF não permitiu que a taça fosse entregue ao Flamengo.
- Depois que o Flamengo foi campeão em1992, a Caixa pretendia entregar o troféu ao clube. Mas como havia um litígio na Justiça, a CBF não permitiu que entregássemos ao clube. Desde 1975, o troféu era entregue ao clube campeão, permanecia por uma semana, depois retornava para os cofres da Caixa - disse.
No início da noite desta quarta-feira, a assessoria de imprensa da Caixa divulgou uma nota oficial dizendo que, "desde 1992, a Caixa aguarda a CBF se posicionar com relação ao clube que tem direito ao Troféu Caixa Econômica Federal, para que este seja entregue, conforme acordo anteriormente citado".
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