O gol de Paulo Sérgio não veio acompanhado apenas de uma comemoração efusiva. O cartão amarelo por ter tirado a camisa rendeu comentários de Rogério Lourenço, que não restringiu seu discurso apenas aos tradicionais elogios ao autor do gol que deu a vitória ao Flamengo sobre o Botafogo, na última quarta-feira, no Maracanã. Sem tirar os méritos do atacante, o técnico deu a entender que não mudará sua maneira de pensar por conta da atuação dele no clássico. Ao contrário, ele quer que tudo que aconteceu sirva de lição para o próprio jogador.
Rogério ressaltou que Paulo Sérgio, que estava parado há seis meses e praticamente só foi reintegrado ao grupo por conta da saída dos atacantes do primeiro semestre (Adriano, Vagner Love, Denis Marques, Bruno Mezenga e Gil), precisa entender que o gol não pode causar um fascínio excessivo. Por isso, o comandante optou por mesclar uma resposta com adjetivos e recomendações comportamentais quando foi perguntado sobre o aproveitamento futuro do atacante, inclusive contra o Atlético-GO, domingo, no Serra Dourada.
- Nós ficamos felizes pela estrela dele ter brilhado. É um jogador criado no Flamengo e conheço todos eles (jogadores da base) há muito tempo. Ele sempre foi um garoto com talento para fazer gols. Então esperamos que ele possa continuar trabalhando, sabendo o potencial que tem. Mas não é apenas um jogo... Às vezes, eles se perdem em um momento da carreira. Precisam saber que ela é longa. Tem de ter cabeça boa para aproveitar o momento sem deslumbramento ou achando que é o melhor. Domingo tem jogo de novo e se ele não fizer o mesmo vai ser cobrado. É assim que funciona – afirmou Rogério.
Outro fato envolvendo Paulo Sérgio foi comentado pelo treinador após o clássico. Perguntado sobre qual é a reação ao ver que o autor do gol está comemorando tirando a camisa quando todo mundo sabe que isso resulta em cartão amarelo, ele evitou fazer qualquer tipo de julgamento e mostrou-se tolerante. Até por reconhecer o significado para o atacante de um gol em um clássico após tanto tempo sem oportunidades. Mas também fez suas ressalvas. Uma delas citando a final da Copa do Mundo entre Espanha e Holanda.
- O Iniesta fez o gol da final e fez algo (tirou a camisa da Espanha e mostrou uma mensagem na que outra que ele vestia por baixo) que a Fifa é contra... O gol é um momento... O jogador tem de estar consciente de que tem questões que podem prejudicar a equipe. Mas aquele é um momento de extravasar. Nós entendemos, mas vamos adverti-lo quanto a isso... O jogador não pode tomar cartão. Mas só o jogador que passou por isso (marcar um gol significativo) pode explicar essa sensação – disse Rogério.
Nenhum comentário:
Postar um comentário