Enquanto a maioria das mulheres engorda muito na gravidez, Fabiana ganhou apenas oito quilos. Logo após o nascimento de Alice, em setembro do ano passado, a remadora de 28 anos perdeu peso rápido. Principalmente com a ajuda da filha, que mamou no peito até os 8 meses.
- Eu achei que melhorei depois da gravidez. Estou me sentindo muito bem. Tanto é que fui para a categoria peso leve porque perdi bastante peso na amamentação e com a correria natural de cuidar de um bebê – disse Fabiana.
O técnico da remadora no Flamengo, Marcos Amorim, foi quem sugeriu que aproveitasse o embalo dado por Alice para se tornar peso leve, até 59kg. Fabiana resolveu aceitar o desafio, perdeu mais alguns quilinhos e passou a competir nesta nova categoria. Dois meses depois, há duas semanas, conquistou a medalha de bronze na final do single skiff peso leve da etapa de Lucerne, na Suíça, da Copa do Mundo, a primeira do remo brasileiro feminino.
- Medalha eu não esperava. Todo mundo falava para eu voltar com uma medalha. Mas achava meio difícil. Ainda mais por ser a minha primeira competição internacional peso leve. Esperava na melhor das hipóteses chegar à final A. Foi uma surpresa muito boa mesmo.
Apesar das duas participações olímpicas e do título de primeira remadora brasileira a disputar uma edição dos Jogos no currículo, Fabiana Beltrame ainda sonha com um futuro longo no esporte. Os novos rumos que sua carreira está tomando servem de incentivo.
- Eu tinha plena convicção de que, na categoria pesado, o máximo que eu conseguiria eram aqueles resultados que estava tendo mesmo. Era quase impossível melhorar. Então, um resultado como esse da Copa do Mundo dá uma motivação a mais. Eu já estava pensando assim: "Vou para as Olimpíadas para quê? Para participar de novo?" – disse Fabiana.
Nem mesmo a atribulada vida de mãe e esposa – Fabiana é casada com o também remador Gibran Cunha – é capaz de atrapalhar sua carreira. A atleta catarinense, que remou até os oito meses de gravidez e voltou aos treinos menos de dois meses depois, pretende intensificar cada vez mais os treinamentos para o Mundial da modalidade, em novembro, na Nova Zelândia.
- O remo faz parte da minha história, da minha vida. É uma coisa que eu amo muito fazer. Se eu parasse, iria ser o quê? Dona de casa? E também não queria depois colocar a culpa na Alice por eu ter parado. Acho que ela vai ter muito mais orgulho de mim se disser que voltei a remar depois de tê-la e que até trazia ela para os nossos treinos - frisou.
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