O advogado já havia afirmado que o jovem foi “pressionado” e inventou alguns trechos dos depoimentos que prestou à Polícia Civil do Rio de Janeiro. Eliézer Lima disse que o menor teria sido agredido pelos policiais.
Nesta terça, Lima disse que seu cliente “corrigiu” e “desmentiu” as primeiras versões.
“O menor desmentiu toda essa cena dantesca de que houve a ‘finalização’ de Eliza e de que houve, vamos dizer, o esquartejamento dela e que parte do corpo tenha sido jogada para os cães. Isso não existe”, afirmou Eliézer Lima.
O primo do atleta, Sérgio Rosa Sales, confirmou durante a acareação os depoimentos que prestou até agora.
A acareação acabou pouco depois das 20h. Os dois foram levados ao Departamento de Investigações (DI) e os depoimentos anteriores prestados à polícia foram lidos.
Os delegados Edson Moreira e Wagner Pinto participaram da acareação. O objetivo da polícia foi tentar esclarecer as divergências.
O advogado Marco Antônio Siqueira, que representa Sales, disse que os dois choraram em alguns momentos.
O advogado Eliézer Lima, defensor do adolescente, disse que seu cliente voltou a repetir que foi chamado apenas para “dar um susto” em Eliza e não sabia que ela seria sequestrada. Segundo Lima, o adolescente diz que “foi enganado” quando foi levado para o sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG).
No primeirop depoimento, à polícia fluminense, no início deste mês, o menor disse que ele e Luiz Henrique Ferreira Romão, amigo de Bruno conhecido como Macarrão, levaram Eliza do Rio para o sítio do goleiro. Ainda segundo o relato inicial do adolescente, Eliza foi levada para uma casa e foi assassinada por um homem identificado como Neném. O adolescente também afirmou que Sales tomou conta de Eliza enquanto ela era mantida em cárcere privado, no sítio, e que teria ido até o local onde a jovem teria sido morta.
O advogado Marco Antônio Siqueira disse que esperava a realização da acareação. Ele afirma que Sales foi apenas uma testemunha e não teve envolvimento no sumiço e suposta morte de Eliza. “O menor disse que Sérgio não tem nada a ver com esse episódio”, disse Siqueira, citando as declarações feitas nesta terça.
No primeiro depoimento à polícia, Sales disse que viu Eliza machucada no sítio e afirmou que o atleta fazia parte do grupo que levou a jovem até o lugar onde ela teria sido morta. Mas o primo do goleiro também mudou a versão inicial e negou que Bruno acompanhou o assassinato da jovem.
Segundo Siqueira, nesta terça, Sales confirmou o que foi dito nas últimas vezes que conversou com a polícia e afirmou que Bruno não esteve no lugar onde Eliza teria sido assassinada.
Avaliação
Os primeiros depoimentos do menor e de Sales são considerados importantes pela polícia, mas apresentaram pontos que não batiam. No início deste mês, os dois afirmaram que Eliza foi morta. O adolescente chegou a indicar o local onde teria ocorrido o assassinato.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o delegado Wagner Pinto considerou a acareação “favorável e proveitosa”.
A advogada Cintia Ribeiro de Freitas, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), acompanhou a acareação e disse que não houve irregularidades.
As mães do menor e de Sales estiveram no DI. Depois da acareação, a mãe do adolescente não deu entrevistas. Angela Maria Rosa Sales disse que acredita na inocência do filho. “Meu filho é honesto e não participou de nada disso. Estou confiante”, comentou.
O menor permanece, provisoriamente, em um Centro de Internação, na capital mineira. Sales está no Centro de Remanejamento de Segurança Prisional (Ceresp) São Cristóvão, também em Belo Horizonte.
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