domingo, 25 de julho de 2010

Juíza diz que caso Bruno é "palco de horrores"

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem (MG), classificou como "palco de horrores" o caso do desaparecimento da estudante Eliza Silva Samudio, mãe do suposto filho do goleiro Bruno Fernandes de Souza, afastado do Flamengo. Em seu despacho feito no dia 7 de julho, em que decretou as prisões temporárias de Bruno e mais sete pessoas, além da apreensão do menor J., a magistrada abordou o medo de testemunhas que chegaram a depor sobre o caso, mudaram de versão várias vezes e, em alguns casos, decidiram não falar mais.

"Nos bastidores, as testemunhas, temerosas pelo que lhes possam acontecer, calam-se, omitem-se e os envolvidos fazem o possível para apagar todas as pistas que lhes possam incriminar", diz a juíza. A grande polêmica do caso - o fato de o corpo da jovem Eliza não ter sido encontrado até agora - também é mencionada de maneira contundente. "Certamente acreditam que praticaram o crime perfeito. Ledo engano", afirma.

O despacho tomou como base o inquérito da Delegacia de Homicídios de Contagem, que reuniu em 30 dias 1,5 mil páginas de informações sobre o caso. Apontado como mandante do seqüestro e da execução de Eliza, Bruno está envolvido, direta ou indiretamente, em uma série de provas reunidas pela polícia.

No inquérito, a que O Dia teve acesso, há provas técnicas (obtidas através de rastreamento de carros e telefonemas), testemunhais (há seis depoimentos que indicam que Bruno e Eliza estiveram juntos no sítio nos dias que antecederam o crime) e materiais (o sangue da jovem encontrado nos vidros e no banco do utilitário esportivo Range Rover do goleiro).

Esta semana, quando o inquérito deverá ser concluído, a polícia pedirá as prisões preventivas dos envolvidos, incluindo a amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, pela participação no sequestro.

A investigação revela tudo desde o momento em que Bruno e seu braço direito, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, colocam em prática, segundo a polícia, o plano de atrair Eliza para a morte, ainda em abril. Com dinheiro e promessas de reconhecimento de paternidade, eles conseguem. E, de acordo com a polícia, sequestram, massacram a jovem, física e psicologicamente, mantendo-a várias vezes longe do filho como forma de garantir seu silêncio.

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