Um desconforto nas costas não impediu Cesar Cielo de bater na frente em sua estreia pelo Flamengo. Na primeira vez em que caiu na piscina oficialmente como atleta do Mengão, o campeão olímpico e mundial cravou o melhor tempo das eliminatórias dos 50m livre no Troféu Maria Lenk, que começou a ser disputado nesta segunda-feira, em Santos. Cielo liderou a sexta bateria e fez 22s38, bem acima do seu recorde mundial na prova (20s91), mas suficiente para colocá-lo nas semifinais com folga. Uma boa forma de quebrar o gelo com o novo clube.
Vestindo pela primeira vez a touca do Flamengo, Cesar Cielo liderou as eliminatórias na segunda-feira
- É a primeira caída. Foi mais para quebrar aquele gelo da competição. Acabei respirando duas vezes: uma no meio e outra no fim. Mas estou melhor do que estava nos GPs (Austin e Columbus). Ainda não estou no meu melhor, mas foi uma boa primeira prova, um bom começo - afirmou Cielo, que teve em Austin sua melhor marca do ano (22s13).
O nadador admitiu que o desconforto nas costas o incomodou nas eliminatórias, mas acredita que não será problema para a final na quarta-feira. Ele ainda vai nadar o revezamento 4x50m.
- Não é fácil, né. Eu saí do aeroporto depois de nove horas de voo. Depois vim para Santos em um assento não muito bom para as minhas costas. Mas está tranquilo. Consegui dar a saída hoje e não doeu nada. E a ideia é na quarta-feira colocar força total na final.
O segundo melhor tempo das eliminatórias dos 50m livre foi de Bruno Fratus (22s70), e o terceiro ficou com Nicholas Santos (22s84), que também foi contratado pelo Flamengo e treina com Cielo em Auburn, nos EUA.
Cielo está tratando o desconforto com a técnica de kinesio tape (uma espécie de adesivo preso ao corpo). Ele usou o adesivo pela manhã e no aquecimento da tarde. Na hora de competir, no entanto, o artifício é proibido. Antes das eliminatórias, o fisioterapeuta do Flamengo, Raldrei Natividade, explicou o tratamento:
- Ele está sentindo um desconforto na lombar. Para evitar que tenha uma contratura muscular, a gente utilizou esta técnica para dar uma segurada na coluna. O relato dele é que as viradas e a saída melhoraram com o tratamento. Mas na competição ele não pode usar - afirmou.
Correria para o revezamento
Menos de uma hora depois, Cielo já estava na piscina novamente para disputar a série fraca do revezamento 4x50m livre. Segundo a entrar na água, o campeão olímpico e mundial ajudou a sua equipe, formada ainda por Nicholas Santos, Ramom Melo e Thiago Sickert, a vencer a bateria com o melhor tempo (1m29s91). Os quartetos do Curitibano e do Grêmio Náutico União terminaram em segundo (1m35s75) e terceiro (1m38s08), respectivamente. A classificação final da prova, no entanto, ainda depende da disputa da série forte.
Mas foi por pouco que o Flamengo não ficou fora da disputa no revezamento. Nicholas Santos e Cesar Cielo ainda estavam saindo da piscina de soltura quando o locutor já anunciava o início da prova do revezamento.
- Tive de vir correndo para subir no bloco. O Marcão (técnico) falou que dava tempo para soltar depois dos 50m livre. Mas o tempo foi bom, foi legal – disse Nicholas, primeiro a cair na água.
Agora defendendo o clube rubro-negro, a dupla de Auburn passa experiência para as jovens promessas Ramom Melo e Thiago Sickert.
- Eu e Cielo já temos uma troca boa, a gente sempre nadou junto. Então, a gente nem precisa treinar as passagens, por exemplo. Mas eles, às vezes, ainda ficam um pouco inseguros. Mas essa troca de experiências é muito boa para natação brasileira. Todo mundo tende a ganhar com isso. E, na próxima competição, pode ter certeza que a gente vai disputar a medalha de ouro - afirmou Nicholas.
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