Ao fim da derrota para o Botafogo na decisão da Taça Rio, Andrade minimizou a então desastrosa atuação de Adriano e disse, inclusive, que o Imperador tinha muito crédito. Mas após a turbulenta vitória contra o Caracas por 3 a 2, na última quarta-feira, a tolerância da torcida com o atacante acabou. Ele deixou o Maracanã debaixo dos mais pesados xingamentos como não acontecia há muito tempo.
Dessa vez, porém, as ofensas foram piores do que aquelas que ele escutou no início de sua trajetória profissional na Gávea, em 2000, quando boa parte dos rubro-negros pegava no pé de um jovem atacante das divisões de base. Tanto que a sua saída, em 2001 (para o Inter de Milão, em uma transferência que ainda envolveu Vampeta e Reinaldo), não foi muito malvista pela torcida na época. Só depois que ele despontou na Itália e na seleção brasileira como o Imperador que veio a idolatria dos flamenguistas.
Já com renome no cenário mundial, Adriano retornou à Gávea em 2009 e foi fundamental na conquista do Brasileiro. Mas as vaias ao fim do jogo contra o Caracas demonstram a insatisfação da torcida com a conduta pouco comprometida com o Flamengo, em 2010. Nem mesmo a dedicação nos minutos iniciais e o belo passe para o gol de Michael foram suficientes. Prevaleceram os erros no segundo tempo, quando já era nítido o seu cansaço, e um currículo com condutas que afetam o seu desempenho como atleta.
- Não podemos sempre depender do Império do Amor. Tanto que no jogo de hoje (quarta-feira) os gols saíram de outros jogadores (Ronaldo Angelim, Michael e David). Nem sempre eles (Adriano e Love) vão decidir – defendeu Andrade.
Ao lado de Bruno e do vice de futebol, Marcos Braz, Adriano foi o principal alvo da torcida na saída do Maracanã. Cerca de cem rubro-negros, que aparentemente não eram ligados a torcidas organizadas, protestaram na saída do ônibus, em frente à saída do vestiário, no estacionamento do Maracanã. Como sempre, Adriano deixou o estádio discretamente. Dessa vez, porém com uma sensação que ele não sentia há dez anos no Flamengo.
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