Companheiro de Andrade na geração de ouro do Flamengo, Zico rendeu homenagens ao Tromba pelo bom papel desempenhado à frente do Rubro-Negro. A expectativa é a de que este trabalho seja coroado com a taça. Se fosse preciso, mesmo de longe, assistindo pela TV, o eterno camisa 10 garante que faria o gol salvador.
Flávio Garcia: Como será torcer pelo Flamengo neste domingo estando tão longe?
É difícil, mas se puder ajudar a colocar a bola para dentro com os olhos, vou fazer. Nesse domingo vai dar para ver pela televisão, pois meu jogo foi no sábado. Vou poder ficar coladinho na telinha.
Cassius Leitão: O brilhante time do Flamengo da sua geração tinha alguma magia? Foi três vezes campeão com aquela base, repetiu a dose com alguns remanescentes em 87, Júnior representou em 92 e agora o Andrade...
Acho que não era só magia. Mas a combinação de talento e muito trabalho. Realmente, nós gostávamos de estar juntos, de jogar juntos e trabalhávamos muito para sermos um time vencedor. O Andrade certamente tem com ele essa herança positiva.
FG: Por falar em Andrade, como é ver um grande amigo seu brilhando como técnico, também pelo fato de ele ter começado no CFZ?
Isso me deixa muito orgulhoso. Foi do juvenil, dos juniores e do profissional. Tenho certeza de que o CFZ deu toda a base para ele ser o que é hoje. Andrade sempre foi um cara muito legal, além de um talento dentro do campo. Não imaginávamos que ele seguiria a carreira como treinador, mas pela inteligência dele sabia que daria. Ele conhece tudo de Flamengo. É o cara certo na hora certa.
CL: Você já cobrou muito a falta de estrutura do Flamengo. Qual a grande razão para o time atual ter superado esses obstáculos para ficar prestes a levar o título?
Acredito que seja resultado do trabalho. Primeiro, de um campeonato muito equilibrado e um time que tem a presença de alguns talentos, inclusive recuperados pelo próprio Andrade. Mas, acima de tudo, pela tranquilidade de um trabalho interno para conscientizar a importância de vencer.
FG: Você já disse que preferia que o Petkovic vestisse a camisa 10. Como avalia o desempenho do Adriano com o número? Ele está honrando a camisa com a qual você brilhou?
Adriano é um grande jogador, mas claro que o número não representa a posição em que ele joga. Então, não dá para avaliá-lo como um camisa 10. Mas é um atacante forte, que sabe usar isso com inteligência e é capaz de desequilibrar. Está fazendo tudo aquilo que nós rubro-negros esperávamos dele.
CL: O que você lembra, além do passe que deu para o gol do título marcado por Nunes, daquela decisão de 1982 contra o Grêmio, rival da nova “final”?
Lembro que fiz uma das jogadas mais bonitas na carreira. Recebi na intermediária, dei um drible entre as pernas de um adversário e enfiei para o Nunes no meio. Ele fuzilou o Leão.
FG: Veremos o Zico em algum cargo no Flamengo em 2010?
Não. Estamos trabalhando para classificar o Olympiacos na Liga dos Campeões. Assumimos a ponta do Campeonato Grego e temos muito trabalho pela frente.
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