Andrade iniciou a trajetória na comissão técnica do Flamengo há cinco anos. Longe dos holofotes e dos tapinhas nas costas que recebeu após a conquista do Campeonato Brasileiro. Em vez disso, ouviu piadas e deboches nos corredores do clube.
Andrade mostra com os dedos o número de títulos brasileiros dele e do Flamengo
Aguentou calado. Teve o apoio dos amigos e da família. Por isso, foi com eles que comemorou o hexacampeonato. Uma festa surpresa que celebrou a consolidação do treinador e a vitória sobre o preconceito.
- Escutei coisas desagradáveis. Um diretor da base, quando soube que eu e Adílio fomos contratados, disse comentou que era o urubu Flamengo. Foi uma colocação maldosa. Mas eu ouvi e tive que engolir. Dei a volta por cima e eles perceberam que estavam errados – declarou, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda, em um hotel na Barra da Tijuca.
Quando foi efetivado pela primeira vez, no fim de 2004, não tinha o apoio do grupo. Pelas costas, alguns jogadores ironizaram a dicção não tão clara do comandante durante as preleções. Bem diferente do respeito e carinho que tem com o elenco atual.
- Se estou aqui é por causa desse grupo. Eles sempre disseram que correriam por mim e comprovaram isso ao longo do campeonato – afirmou o treinador.
As situações constrangedoras se acumularam no período em que foi auxiliar. Certa vez, serviu como “barreira” debaixo de sol forte para um treino na Urca. Novamente, não se rebelou.
- Os humilhados serão exaltados. Isso resume bem minha trajetória no Flamengo.
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