No fim de 2005, Ronaldo Angelim desembarcou na Gávea envolto a interrogações. Ídolo no Fortaleza, teria de superar as desconfianças por causa de sua estatura não tão elevada para um zagueiro (1,79m) e a falta de rodagem em clubes do “eixo”. Mas o Magrelo de Aço sobreviveu, com sobras, às suspeitas de que seria mais um a se arriscar no Flamengo e fracassar.
Na partida contra o Goiás, o zagueiro completa 200 jogos no clube mais popular do país. Foram títulos, frustrações, vibrações e desabafos. Basta tocar no assunto para se emocionar.
- Rapaz, jogar 200 vezes com essa camisa não tem preço, ainda mais de onde vim - disse.
Logo na estreia, Angelim fez um gol na vitória sobre o Americano. Mas não gostou. Ao fim do jogo, lamentou sua atuação. A sinceridade dele é peculiar e o despe de vaidade. A ponto de sugerir até que fosse barrado por causa de um (pequeno) mau momento.
No próximo dia 26, completa 34 anos. Não esquece dos momentos que viveu ao lado do companheiro Fábio Luciano. No depoimento que deu no DVD que comemora o Pentatri do Flamengo, chegou às lágrimas ao lembrar a parceria.
Mas engana-se quem pensa que ele sucumbiria à aposentadoria do ex-capitão. Houve um período de instabilidade, é verdade. Mas a chegada de Álvaro devolveu segurança à defesa. São 12 gols sofridos em 16 jogos do segundo turno. Mas apenas oito nos 14 jogos desde que o companheiro de Angelim estreou.
Na partida contra o Goiás, em vez de uma camisa comemorativa fazendo menção ao número redondo, ele quer vitória. Vestindo o uniforme 4 mesmo.
- Não quero pensar nos 200 jogos, não quero festa. Temos um jogo muito difícil pela frente – disse.
Palavra de quem sabe os malefícios que o oba-oba fora de hora pode trazer ao Flamengo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário