quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Fla busca verba para seus esportes como ‘passarinho de boca aberta no ninho’

A história recente do esporte olímpico do Flamengo pode ser escrita como antes e depois do título do Novo Basquete Brasil, em junho de 2009. Os mais de 13 mil torcedores que lotaram a Arena da Barra mostraram aos dirigentes do Rubro-Negro que o investimento a longo prazo extra-futebol pode trazer retorno financeiro – uma meta para o clube definido como “devedor” pelo próprio vice-presidente de esportes olímpicos, Carlos Eduardo Maia. Sem poder contar com verbas federais para pagar salários e modernizar equipamentos, as sete modalidades que tentam revelar talentos na Gávea veem uma esperança na promessa de mais agressividade para conseguir patrocínios.

André Durão /GLOBOESPORTE.COM

Capitão Marcelinho levanta o troféu do NBB assistido pelo presidente licenciado, Marcio Braga

Apesar de saber que seus planos podem não emplacar 2010, já que o Fla terá eleições no dia 7 de dezembro, Maia promete dar mais iniciativa ao marketing do clube para evitar que os maiores expoentes esportivos da Gávea fiquem sem patrocínio.

- Meu time de basquete tem cinco jogadores na seleção. Isso tem que ser mostrado. Temos bala na agulha com o basquete. Já negociamos até contratos para o vôlei por causa do sucesso da equipe no NBB. Mas para ter um time feminino, está na base de R$ 3,5 milhões por ano, quase R$ 300 mil por mês. De qualquer forma, vamos tentar e correr atrás. Você tem que ser agressivo. Em vez de ficar sentado atrás da mesa, vai lá e visita a empresa. Aqui está faltando vontade de bater à porta e apresentar projetos. O Flamengo está aberto a tudo, igual passarinho de boca aberta no ninho – afirmou Maia, que assumiu a vice-presidência no início de agosto, mas já havia passado pela função na gestão de Hélio Ferraz, em 2003.

Ainda sem contato com o Comitê Olímpico Brasileiro visando aos Jogos de 2016, o vice diz que o Flamengo precisa “resolver os problemas internos primeiro”. Uma das soluções é algo que teve seu primeiro pontapé dado pelo antigo dono do cargo, João Henrique Areias, que chamava a proposta de “Fla Olímpico”. O projeto de Maia pretende criar uma empresa terceirizada que receberá os investimentos das leis federais em nome do clube e, depois, reverterá a verba ao Rubro-Negro.

- Nós arranjamos um caminho indireto. Teremos uma empresa que vai tornar viável o nosso projeto. Ela será a responsável por toda a apresentação, e repassará a verba para nós. Como o Flamengo tem pendências com o governo federal, não pode se fazer valer das leis de incentivo – conta Maia.

Escolinhas do Flamengo
Basquete
Vôlei
Natação
Ginástica
Pólo aquático
Nado sincronizado
Judô

Se conseguir viabilizar suas intenções, Maia já tem sua menina dos olhos: o nado sincronizado rubro-negro, pelo qual o vice diz ter um “carinho especial”. Porém, não é só para a água que está voltada a meta rubro-negra. Conhecido no passado por manter atletas que serviam às seleções de basquete, vôlei e natação, como Oscar, Jackie Silva e Fernando Scherer, o Flamengo quer recuperar a boa fama que tinha nos anos 80 e no início dos 90.

- Nosso problema financeiro foi um grande entrave. Todos os atletas foram embora. Não tínhamos como pagar. Lembro que na minha primeira passagem pela vice-presidência, em 2003, passar pela alameda da Gávea era praticamente uma via crucis. Cada hora era um pedindo salário. Era impossível. Mas agora estamos tentando reerguer o Flamengo, e tenho certeza de que voltaremos a ser a grande fonte de atletas de alto rendimento para as Olimpíadas.


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