Na linha tênue entre o amor e o profissionalismo, o Flamengo perdeu. E Emerson também. Nesta sexta-feira, o jogador foi à Gávea assinar a rescisão de contrato, se despedir dos companheiros e explicar por que trocou o sonho de infância por R$ 17 milhões em 19 meses no Al-Ain, dos Emirados Árabes. Praticamente uma mega-sena. Isso tudo para um atleta de 30 anos.
Por mais que pareça uma equação de simples resolução e penda para a famosa independência financeira, o lado emocional dos torcedores costuma não perdoar “saídas repentinas” e por dinheiro. Mas o Sheik vai embora de cabeça erguida e sem medo de represálias.
- O carinho que sinto dos torcedores ninguém vai tirar. Preciso separar o sentimento do profissionalismo. Continuo dizendo que sou apaixonado pelo Flamengo. Resisti a propostas menos tentadoras, mas essa não deu. Tenho meus filhos, minha mãe. Se fosse só por mim, eu não iria. Mas estou partindo pensando na minha família – afirmou o atacante.
Quando vestiu a camisa do Flamengo pela primeira vez, em março, Emerson não conteve o choro. Desta vez, mudou de postura. Parou, pensou, respirou e segurou. As lágrimas não rolaram. Talvez porque ele acredite que a história na Gávea possa prosseguir. Mais à frente e sem o assédio dos árabes.
- Eu vim para o Flamengo de graça e estou dando um retorno (R$ 4,3 milhões) que o clube merece. Quando cheguei não imaginava que receberia uma proposta como essa (do Al-Ain). Mas daqui a 19 meses eu pretendo voltar e encerrar a carreira aqui, o clube que tive os cinco melhores meses de toda a minha carreira – declarou.
A ironia de Marcos Braz ficou sem resposta. Na véspera, o dirigente classificou a negociação como “normal”, desde que “sem beijar o escudo”.
- A negociação foi tranquila, só posso agradecer ao presidente Delair e ao Marcos Braz – disse o Sheik.
O jogador segue para Dubai no próximo domingo. Por enquanto, o Flamengo ainda não pensa em um substituto.
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