domingo, 21 de junho de 2009

‘Ídolo do Rio’, Pet volta ao Maraca para iniciar sonho: ‘Meu ego está lá em cima'

A junção das palavras Flamengo e Petkovic remete imediatamente à tarde do dia 27 de maio de 2001. O gol de falta que deu ao clube o quarto tricampeonato da história colocou o sérvio na galeria de ídolos. Neste domingo, mais de oito anos depois, ele volta à “casa” Maracanã para iniciar a segunda passagem pela Gávea.

Apesar da ligação com o Rubro-Negro, Pet, aos 36 anos, considera-se um ícone do futebol carioca, como revelou em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, na Granja Comary.

- Com toda a certeza eu sou um ídolo do Rio. Um dos maiores estrangeiros que já jogaram por aqui. Sou bem recebido por torcedores de Flamengo, vasco, Fluminense e até Botafogo, único que não joguei. Até recebi proposta do Alvinegro, mas a vida não quis que eu jogasse lá. Acontece – disse.

Eduardo Peixoto/GLOBOESPORTE.COM

Petkovic tem prévia do reencontro com a torcida do Flamengo na Granja Comary. O apoiador foi escalado para a partida deste domingo contra o Internacional, às 18h30m, no Maracanã, mas começará no banco

Na partida deste domingo contra o Internacional, às 18h30m (de Brasília), o apoiador começará no banco. Problema? Não. Segundo ele, o mais importante é estar pronto para ajudar o Flamengo, quando necessário.

- Eu gostaria mesmo é de estrear com o nosso time vencendo por 3 a 0. Seria o cenário ideal – brincou.

Confira a entrevista na íntegra:

GLOBOESPORTE.COM: Quando saiu do Flamengo, em 2002, você falou que voltaria para encerrar a carreira. Quanto vale um sonho como este?

Petkovic: Um sonho vale uma noite bem dormida (risos). Deixa a pessoa realizada. É assim que estou. Demorei a voltar, mas agora sinto alegria e satisfação por ter conseguido. O esforço deu resultado e meu ego está lá em cima. Olho no espelho e falo: “É uma vitória a mais na minha vida”.

Muitos dos jogadores que estão aqui eram torcedores de arquibancada do Flamengo no gol do tri. O Ibson, por exemplo, alugou um telão especialmente para ver aquela final contra o Vasco. Como é lidar com essa relação de ser ídolo dos seus companheiros?

Já vivi isso muitas vezes nestes 21 anos de carreira. Encaro com naturalidade. Existe o Pet real e o Pet virtual. Quando eles me conhecem, percebem que sou muito parceiro e bastante agradável. Bem melhor do que o Pet virtual que as pessoas falam.

Mas o grupo do tricampeonato era conhecido por causa das brigas internas. Principalmente entre você e o Edílson...

Isso acontece, mas as pessoas aumentam muito. Se o ambiente fosse tão ruim não teríamos sido campeões do Estadual, da Copa dos Campeões. Depois daquele episódio reencontrei o Edílson várias vezes e está tudo bem. A briga não é para a vida inteira.


Antes da chegada falou-se muito que o técnico Cuca não queria sua contratação. Como está a relação com ele?

Normal. Temos um contato profissional.

E todo esse patrulhamento em torno do Adriano?

Ele é um garoto ótimo, muito esforçado. Teve alguns problemas, mas está se recuperando. Há um exagero nas notícias que divulgam. Mas é normal. Sempre foi assim. O jeito é o Adriano aprender a administrar. Ninguém mandou ser famoso (risos).

Está preparado para o reencontro com a torcida do Flamengo?

Quero sentir novamente a sensação de vê-los gritando meu nome. Ano passado estive com o Atlético-MG no Maracanã e vencemos por 3 a 0. O estádio estava cheio. Aplaudiram, gritaram "Pet". Fiquei arrepiado. A torcida entendeu que saí do Flamengo (em 2002) contra a minha vontade.


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